São Paulo (AUN - USP) - O número de alunos da graduação que se inscrevem para bolsas de Iniciação Científica (IC) na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ-USP) cresce a cada ano. Em 2009, segundo dados da Comissão de Pesquisa da FMVZ, houve 51 inscrições para projetos de IC. Desse total, foram aprovadas 41 bolsas. Neste ano, foram 66 alunos inscritos. De acordo com o professor Enrico Ortolani, vice-diretor da FMVZ e presidente da Comissão de Graduação da faculdade, é fundamental que os alunos façam IC.
Ao longo do projeto de IC, o aluno entra em contato com a metodologia científica e com a equipe de trabalho. Segundo Juliana Aparecida Bombardelli, aluna do quinto ano do curso de Medicina Veterinária, “resolvi fazer IC porque é uma forma de me aproximar do departamento em que quero seguir e uma forma de me aproximar da área científica, o que conta muito no caso de eu resolver prestar um Mestrado”. De acordo com o professor Enrico Ortolani, do total de alunos que fazem IC, cerca de 30 a 40% deles partem para a pós-graduação.
Algumas áreas de pesquisa são mais procuradas pelos alunos, como a de reprodução, clínica de pequenos animais e anatomia. A escolha do aluno depende de seu interesse e da divulgação que o professor faz de suas pesquisas. “Eu sempre gostei de oncologia veterinária, mas a escolha do tema da IC foi feita, principalmente, com relação ao professor”, afirma Mayara Toledo Parisi Dias, aluna do curso de Medicina Veterinária. Já, segundo a aluna Ana Carolina Melo Ladenthin, sua IC foi oferecida por um professor de clínica, área pela qual não se interessa muito. No entanto, seu interesse pelo projeto surgiu por outros fatores, como “o fato de trabalhar com estatística e com frigorífico, pois tenho interesse na área de epidemiologia, preventiva e inspeção”, afirma.
Não há um ano específico do curso no qual os alunos se inscrevem em projetos de IC. Segundo o professor Enrico Ortolani, a maioria faz IC em torno do terceiro ou quarto ano. A Comissão de Pesquisa da FMVZ recomenda que os alunos não ingressem na IC logo no primeiro ano do curso, pois os calouros não têm média ponderada, que é um dos critérios usados para desempate, e não têm uma área de interesse clara. Aluno do quinto ano de Medicina Veterinária, Caio Sabino de Oliveira faz, atualmente, seu segundo projeto de IC. Sua primeira IC aconteceu no primeiro ano do curso. No entanto, ele trabalhou com um tema de seu interesse desde então. “Tenho bastante interesse por temas relacionados ao coração e como minha primeira IC foi com cultivo de células cardíacas, a nova IC seguiu na mesma linha de pesquisa”, afirma.
De acordo com a Comissão de Pesquisa da FMVZ, no caso de empate entre inscrições de IC, são priorizados alunos que cursam semestres mais avançados, possuem menos reprovações no histórico escolar e têm um currículo mais completo. As bolsas de IC valem por um período de, no mínimo, 12 meses. Durante esse período, o aluno deve dedicar seu tempo integralmente às atividades acadêmicas e de pesquisa.