ISSN 2359-5191

17/06/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 33 - Educação - Museu de Arqueologia e Etnologia
Museu lança kit multisensorial para deficientes visuais

São Paulo (AUN - USP) - Um kit multisensorial de apoio a visitas de deficientes visuais no Museu de Arqueologia e Etnografia (MAE-USP) foi lançado na última quarta feira (dia 9) após a realização de uma mesa redonda. O objetivo do projeto, financiado pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da universidade, é promover a inclusão social e intelectual desse público especial, por meio de adaptações como maquetes táteis, guia de visitação em braille e objetos disponíveis para toque. Do evento participaram o pesquisador Camilo de Mello Vasconcellos, do MAE, como mediador, Laerte Machado Junior, coordenador do núcleo de ação educativa do Museu do Futebol, e Amanda Tojal, especialista em museologia e responsável pelo Programa Educativo para Públicos Especiais (PEPE) na Pinacoteca do Estado. Foram discutidas medidas de inclusão, programas educativos e suas diretrizes de implantação no contexto dos museus brasileiros.

Segundo Vasconcellos, a idéia surgiu de uma visita no museu realizada por deficientes visuais, que evidenciaram a necessidade e o desafio de adaptação em instituições museológicas. Para ele, esse é apenas o começo de um processo de transformação do museu, que se inicia com a inclusão de deficientes visuais, mas caminha para uma acessibilidade mais ampla.

Laerte Machado apresentou como exemplos de sucesso uma série de adaptações realizadas no Museu do Futebol, em São Paulo, como o uso de maquetes táteis orientativas, jogos imantados em relevo, reproduções dos jogadores em resina acrílica, objetos texturizados, placas com escrita em Braille em três línguas, entre outros. Ele também aponta para o uso de elementos sonoros nas salas, que ajudam o deficiente visual a sentir o ambiente. Laerte afirma que ainda há muito a ser feito e que o núcleo de ação educativa do museu pretende desenvolver um catálogo apropriado e um CD de áudio para o acompanhamento da exposição, projetos que aguardam financiamento.

Amanda Tojal, da Pinacoteca do Estado, também expos modelos de adaptação utilizados com deficientes visuais, como uma galeria tátil de esculturas brasileiras, sendo que parte delas consiste nas obras originais, com toque supervisionado. Outro exemplo trazido pela pesquisadora foi a tridimensionalização de obras bidimensionais. Trata-se de transformar pinturas em maquetes ou objetos, como no caso de “São Paulo”, de Tarsila do Amaral, que foi dividida em diferentes planos e confeccionada de maneira tridimensional, ou o “Abaporu”, tela da mesma artista, que serviu de inspiração para a produção de um boneco com as mesmas proporções. Essas ações, segundo Tojal, contribuem para o aumento da acessibilidade física e sensorial de públicos especiais, além de introduzir-lhe o conhecimento artístico através de elementos do próprio acervo. Para ela, as transformações aplicadas nos museus brasileiros devem atentar para o acervo das instituições, e não somente para mostras temporárias ou casos específicos de inclusão. Assim, Tojal ressaltou o objetivo de criação de programas de ação educativa permanentes, que busquem um progresso constante no que diz respeito à inclusão e à acessibilidade.

Após o debate referente a duas instituições museológicas distintas, o Museu do Futebol e a Pinacoteca do Estado, Vasconcellos concluiu apresentando as duas temáticas do kit multisensorial do MAE, que consistem no trabalho do arqueólogo e no estudo dos sambaquis, sítio arqueológico característico de regiões litorâneas do Brasil, conteúdo também trabalhado em uma apostila didática e em um CD de áudio.

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