São Paulo (AUN - USP) - Foram encontradas fêmeas do mosquito Aedes aegypti infectadas com o vírus da dengue na Cidade Universitária. Segundo o projeto “Cidade Universitária Meu Ambiente”, que trabalha com a prevenção da doença na universidade, isto ainda não indica que o campus da USP represente um foco de infecção.
Os mosquitos foram capturados a partir de armadilhas instaladas em diversas unidades do campus (Veterinária, Escola Politécnica, Hospital Universitário, Instituto de Física, Academia de Polícia e IME), e após analise dos insetos, constatou-se que as fêmeas estavam infectadas.
O campus da capital é um ambiente muito propício para a propagação da doença, devido ao grande número de pessoas e veículos que circulam pela área, à grande produção de resíduos e às áreas ao entorno que estão em péssimo estado de conservação. Segundo engenheiro da Coordenadoria do Campus da Capital - COCESP -, Amilcar Miranda, “o mosquito da dengue pode voar por até 1 km, ele pode entrar em um ônibus ou carro do outro lado da cidade e chegar até aqui como as pessoas fazem.”
O projeto “Cidade Universitária Meu Ambiente é uma parceria entre a COCESP, a Faculdade de Saúde Pública e o Departamento de Geografia da FFLCH. Ele tem como objetivo dar um tratamento sistemático a prevenção da dengue e instalar uma política de saúde pública na universidade.
O projeto trabalha com o apoio das diversas unidades que existem no campus Butantã, mas muitas não dão a atenção devida à prevenção da doença. Para que o projeto consiga resultados positivos é necessário o trabalho ativo e continuado de todos e também das comunidades ao entorno, que são muitas vezes negligenciadas pela Secretária de Saúde Pública. “Não adianta eu proteger minha casa, se o mosquito pode vir voando da casa do meu vizinho, ou de uma casa no final da rua em que moro”, lembra Amilcar.