ISSN 2359-5191

04/04/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 03 - Saúde - Instituto de Ciências Biomédicas
Pesquisa busca fármaco que controle melhor atividade linfática

São Paulo (AUN - USP) - Investigar medicamentos que possam estimular ou retardar a atividade linfática. Essa é a proposta da professora Lia Sudo Hayashi, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Os estudos desenvolvidos no laboratório buscam tanto compostos destinados a aumentar a atividade linfática, para serem usados em pacientes com doenças que inibem essa atividade, como a diabetes, quanto para diminui-la, quando há disseminação de células tumorais ou microorganismos.

O sistema linfático é importante para a manutenção do equilíbrio nos espaços entre as células, os interstícios. Ele é responsável por remover macromoléculas (proteínas), além de células. Dessa forma, atua como uma espécie de filtro do que está em excesso ou prejudicando nosso corpo.

A pesquisa da professora é sobre um sistema pouco estudado do corpo, já que os trabalhos a esse respeito são mais concentrados nos vasos sanguíneos. O sistema linfático, contudo, é importante para a manutenção do organismo sadio e seu mau funcionamento pode provocar doenças. Por exemplo, os edemas causados pelo acúmulo de proteínas, os linfaedemas, ou os caroços que se formam em algumas regiões do nosso corpo, conhecidos como ínguas, causados pela hipertrofia dos órgãos em formato de rim e que funcionam como filtros do sistema linfático, os linfonodos.

O sistema linfático é responsável pela remoção do composto formado por proteína, polimorfos e água, durante o processo inflamatório. Esse composto, chamado de exsudato inflamatório, é retido através dos linfonodos. O estímulo da atividade linfática seria importante também para a redução da atividade inflamatória e o mau funcionamento do sistema agravaria a inflamação e dificultaria a cura.

Os tumores criam vasos sanguíneos para que eles possam se alimentar, em um processo conhecido como angiogênese. Uma forma de acabar com o tumor seria fazer com que esses vasos se atrofiassem, matando o tumor de fome. Outra maneira de barrar o desenvolvimento do tumor seria atacar a linfangiogênese, que é a criação de vasos linfáticos em torno do tumor. As pesquisas com processos destinados a modular a linfangiogênese ainda estão, porém, no começo, segundo a professora Hayashi.

As pesquisas da professora mostraram que existem medicamentos, como o piroxicam, cujo efeito antiinflamatório é, em parte, devido ao estímulo que ele provoca na atividade linfática. Dessa forma, o exsudato inflamatório é mais rapidamente absorvido e a cura também se torna mais rápida.

Em ratos com diabetes mellitus, as pesquisas mostraram que há um aumento do fluxo de linfa, fazendo com que os linfonodos percam sua capacidade de filtro. Dessa forma, é possível que essas conseqüências aumentem a possibilidade de arteriosclerose e suscetibilidade a infecções nos afetados pela diabetes.

A ausência de linfonodos em algumas regiões (eles são mais de quinhentos pelo corpo humano) pode causar também fibrose. Em algumas mulheres que sofrem mastectomia, por exemplo, a retirada de linfonodos da região acaba gerando enrijecimento do braço, processo que não pode ser evitado com os fármacos atuais e que expõe a importância do estudo dos reguladores da atividade linfática como forma de evitar e controlar doenças no homem.

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