ISSN 2359-5191

05/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 45 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Estudantes apresentam sapatos com controle de temperatura em feira da USP

São Paulo (AUN - USP) - Calçados que esquentam em dias frios, e esfriam em dias quentes. A ideia pode parecer fantasiosa para a maioria, com exceção de Alberto Lima, Frederico Bernardes e Vinícius Lopes. Alunos do Senai de Franca, interior de São Paulo, os jovens técnicos em eletrônica respondem pelo projeto do “Hybrid Thermic Shoes”, sapatos com controle eletrônico de temperatura. O trabalho foi um dos destaques da oitava edição da Febrace, Feira Brasileira de Ciência e Engenharia, realizada na Escola Politécnica da USP.

Especialmente projetados para esportistas e para pessoas com problemas de circulação, os sapatos climatizados contam com uma chave de controle de temperatura, ligada a duas pastilhas de cerâmica no interior do produto. Quando percorridas por corrente elétrica, as chamadas “pastilhas de efeito Peltier” aquecem ou resfriam: “Enquanto um dos lados da pastilha fica quente, o outro resfria. Quando eu inverto o sentido da corrente, inverto também a temperatura de cada face”, explica Alberto Lima. Apesar do número de pastilhas (quatro em cada pé), Alberto garante que não há desconforto: “Elas são pequenas e não machucam o pé”, afirma. Os dispositivos ficam acondicionados em pequenas bolsas almofadadas, nas laterais do calçado, o que diminui o risco de os impactos das passadas danificarem o mecanismo.

Desenvolvido como parte das atividades do curso de Eletrônica, o Hybrid Thermic Shoes levou sete meses para ser concluído. Durante o processo de desenvolvimento, a maior preocupação dos alunos dizia respeito ao peso do sapato – além das pastilhas e do circuito eletrônico (armazenado sob a palmilha), o conjunto inclui duas pilhas AA. Segundo Alberto, a participação na Febrace já veio acompanhada de propostas que podem resolver esse problema: “A própria USP nos procurou e nos propôs transformar esse mecanismo em um chip integrado, para diminuir o peso”.

Antes de chegar à Feira, o projeto foi um dos finalistas do INOVA SENAI, competição que prioriza projetos potencialmente competitivos no mercado. Foram os coordenadores do Inova que entraram em contato com a equipe do projeto, sugerindo que este fosse inscrito na Febrace.

O próximo passo, agora, é patentear o invento e levá-lo ao mercado. Pelas reações de quem visita o estande do projeto, a recepção promete ser positiva: “As pessoas vêm dar uma olhada e perguntam se já tem pra vender, dizem que querem um”, anima-se Alberto, que se diz surpreso com o sucesso dos sapatos: “Ainda estou assustado. Várias redes de TV já vieram falar com a gente”.

Além dos sapatos climatizados, a oitava edição da Febrace reuniu outros 280 projetos desenvolvidos por alunos pré-universitários (ensino fundamental, médio e técnico) de todo o Brasil. Segundo os organizadores, o objetivo da Feira é estimular estudantes a aliar ciência, criatividade e inovação.

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