São Paulo (AUN - USP) - A ventilação mecânica do paciente, quando realizada de forma correta, pode levar a um menor tempo de intubação e, consequentemente, ao menor tempo de internação do paciente. Essa função, responsabilidade do fisioterapeuta em unidades de emergência, não só reduz o risco de infecção hospitalar, como também diminui o custo para o hospital e para o sistema de saúde em geral. É por causa desse e de outros procedimentos que o fisioterapeuta é visto e valorizado cada vez mais como uma peça importante na equipe multidisciplinar das emergências.
Área recente de atuação da Fisioterapia, as unidades de emergência de São Paulo estão trabalhando há pouco mais de cinco anos com esses profissionais da saúde, que atuam em diversas áreas dentro das emergências. “Por que não manter um fisioterapeuta na unidade de emergência, para que ele possa atender de imediato um paciente no local?”, questiona Livia Mara Alves Figueiredo, fisioterapeuta graduada pela Faculdade do Clube Náutico Mogiano (FCNM), que se apresentou no I Simpósio de Fisioterapia do Trauma, realizado recentemente pela Liga de Fisiotrauma da Faculdade de Medicina da USP.
A parada cardiorrespiratória é um dos eventos que mais ocorre na UTI, que necessita da presença do fisioterapeuta. De acordo com a pesquisa feita por Livia, com 31 fisioterapeutas, 80% deles citaram a parada cardiorrespiratória como um evento que sempre ocorre na emergência. O fisioterapeuta, nessa situação, é responsável por manter a oxigenação controlada, através dos cuidados com a ventilação, entre outras coisas. Ela também constatou que eles são solicitados na unidade de emergência frequentemente e que 81,8% dos entrevistados trabalham há menos de cinco anos nessa área.
O estudo também verificou que os procedimentos mais realizados pelos fisioterapeutas nas unidades de emergência são a instalação de ventilação mecânica, o transporte do paciente e a verificação de controles de oxigenação. Além disso, 100% dos entrevistados acreditam ser essencial a atuação da Fisioterapia na emergência e 75%, essencial na UTI. “Quanto antes intervir no paciente, menor o número de complicações”, explica Livia.
Como é uma área recente de atuação da Fisioterapia, são poucos os hospitais que contam com esse profissional em sua equipe multidisciplinar de suas unidades de emergência. As suas responsabilidades acabam sendo feitas por pessoas de outras áreas, como enfermeiros e médicos. “O que o fisioterapeuta poderia ajudar, a enfermagem faz, ou quebra o galho”, relata Felipe Marx, professor orientador da pesquisa. Ele acredita que o fisioterapeuta precisa investir nessa área, que possui bastante campo para atuação e necessita desses profissionais. “O pessoal da Fisioterapia sabe da sua importância, mas são as outras áreas que não sabem”, justifica ele.