São Paulo (AUN - USP) - A Norma Brasileira de Semáforos com Tecnologia a LED acaba de ser concluída com a contribuição científica e tecnológica da Seção Técnica de Fotometria do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP. Este fato é considerado um grande passo para que esses passem a ser instalados no país, gerando economia e causando menor dano ao ambiente. Esta normatização estabelece importantes princípios tais como: qual intensidade de luz é ideal, vida do produto, as cores utilizadas e a uniformidade da mesma (luminância).
A sigla LED provém do inglês e significa diodo emissor de luz. Mas afinal, fica a pergunta: qual a grande vantagem do LED? Há diversos fatores que tornam a tecnologia mais vantajosa, como, por exemplo, o impacto ambiental é menor, já que, diferentemente das lâmpadas fluorescentes tradicionais, não há metais pesados, como o mercúrio, em sua composição.
Outra grande vantagem reside no fato do LED ter um grande aproveitamento energético. Para se ter uma idéia, quando se gera energia com uma lâmpada com esta tecnologia, apenas 5% é transformada em calor, enquanto o restante se torna luz. Em comparação, as lâmpadas incandescentes têm o índice invertido (95% da energia é perdida como calor). Um semáforo com lâmpadas de LED consome dez vezes menos energia que um de lâmpadas incandescentes (os mais utilizados atualmente no Brasil).
Apesar de ter muitas desvantagens em relação ao LED, as lâmpadas fluorescentes têm a seu favor o fato de gerarem maior quantidade de luz. “A tecnologia LED só será viável quando superar a tecnologia das lâmpadas fluorescentes compactas”, afirma o professor José Gil Oliveira, Chefe da Seção Técnica de Fotometria do Instituto. No entanto, algumas características já fazem com que a nova tecnologia seja melhor para semáforos, como a luminância. Já que as próprias fontes de luz são feitas em cores específicas (verde, amarelo, vermelho), dispensando assim, um filtro colorido, fato que diminui a probabilidade da distorção das cores e efeito fantasma solar.
As previsões dizem que daqui a dez anos, 50% de toda a iluminação será de LED. Hoje o percentual é de apenas 5%. “Se eu fosse um produtor, estaria pulando de felicidade. Uma lâmpada LED é vendida por U$ 1,00, enquanto uma incandescente é por dez centavos de dólar!”, afirma o pesquisador.
José Gil gosta de frisar o caráter vanguardista do instituto: “Em 2000 começamos os estudos com LED, pois sabíamos que lá na frente seria interessante”. Mantendo esse objetivo, o laboratório já começa a caracterizar os produtos de iluminação pública desse tipo. Entre junho e agosto deverão ser instaladas dentro do próprio IEE, luminárias públicas desse tipo, para que seu desempenho possa ser verificado. Esse fato contribuirá para que o instituto possa participar de Comitês Internacionais de Normas, relatando a experiência obtida na utilização de luminárias públicas no Brasil.
O laboratório já começa também a ser equipado para estudar displays de celulares, notebooks e televisões, todos com a nova tecnologia, visando sempre se manter a frente, para acompanhar as inovações.