ISSN 2359-5191

23/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 58 - Saúde - Universidade de São Paulo
Estudos encontram indícios de que estresse prolongado cause a morte de neurônios do cérebro

São Paulo (AUN - USP) - Um grupo de pesquisas da USP, liderado pelo professor Cristoforo Scavone, revelou que passar estresse constante pode causar a morte de células nervosas de partes importantes do cérebro. Há alguns anos, estudos comprovaram que ele favorece o aparecimento de vários quadros como diabetes, ansiedade, depressão, impotência e doenças cardiovasculares. O estresse está presente no dia-a-dia de uma pessoa que vive em uma metrópole como São Paulo e essa nova descoberta traz mais implicações.

Quando somos expostos a situações novas, que causem medo ou tensão, liberamos um hormônio chamado cortisol. Há muito se sabe que em pequenas quantidades esse composto era capaz de conter a inflamação. Porém, devido ao ritmo e estilo de vida característico de grandes centros, que propiciam uma maior liberação desse hormônio, pessoas expõem-se a ele quase que diariamente.

Num experimento que expunha camundongos a situações de estresse – como mudança na dieta alimentar, redução de horas de sono e exercício forçado – Scavone e sua equipe puderam comprovar que os níveis altos de cortisol causavam um efeito contrário: intensificavam a inflamação. Esse resultado foi marcante principalmente em duas regiões específicas do cérebro: o córtex pré-frontal (associado ao raciocínio e à tomada de decisões) e no hipocampo (relacionado à formação da memória). Nessas áreas, comprovou-se morte do tecido nervoso (neurônios).

Mas os resultados não se limitaram a esses: o aumento da inflamação no corpo pode, com o tempo, causar também reações auto-imunes – quando o corpo se volta contra estruturas dele mesmo – como, por exemplo, artrite (inflamação das articulações).

Vendo mais de perto, a rotina a que as cobaias foram submetidas não difere muito do nosso cotidiano. Uma por uma estão presentes e com aditivos de estresse causado pela violência ou pelo trabalho. Para evitar problemas tão graves como os descritos, uma alternativa seria tentar levar nossa vida sem tantas preocupações e sempre fazendo atividades físicas.

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