ISSN 2359-5191

18/04/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 05 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Energéticas
USP desenvolve célula a combustível de alta temperatura

São Paulo (AUN - USP) - Fontes alternativas de geração de energia que não degradem o meio ambiente e sejam renováveis são cada vez mais necessárias, conforme o planeta se aproxima de um ponto crítico de deterioração ambiental. Como uma possível solução para esse cenário, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) possui um projeto que visa ao estudo e ao desenvolvimento tecnológico de células a combustível que operam a altas e baixas temperaturas. Estas células utilizam hidrogênio e oxigênio para produzir energia elétrica, e têm como subproduto apenas água e calor.

Enquanto a célula a combustível de baixa temperatura é ideal para aplicações móveis, como os automóveis, a de alta temperatura consegue fornecer potência elétrica na casa dos mega watts, podendo abastecer residências, hospitais e indústrias.

A célula a combustível se destaca por utilizar componentes não poluentes e abundantes na atmosfera terrestre e por não produzir substâncias danosas à saúde ambiental do planeta.

Atualmente, a equipe de trabalho do Ipen está desenvolvendo os materiais e os componentes do núcleo das células a combustível de alta temperatura. A intenção, segundo a pesquisadora Sonia Mello, é utilizar matérias-primas nacionais que são abundantes, como zircônia e terras raras, nesta tecnologia emergente.

Ao contrário da célula a combustível de baixa temperatura, que há cerca de dois anos já tem sido testada pelas empresas automobilísticas, como Toyota e Ford, em protótipos, a célula de alta temperatura ainda se encontra em processo de desenvolvimento. No entanto, quando estiver plenamente desenvolvida trará grandes vantagens sobre sua célula irmã. A potência elétrica proporcionada por uma célula de alta temperatura é muito superior a produzida pela de baixa temperatura.

Lugares afastados dos grandes centros, como o sertão nordestino ou pequenas comunidades da Amazônia, aonde o sistema de rede elétrica não chega, poderiam ser beneficiados com essa fonte de geração de energia, já que ela não depende de nenhum outro sistema de abastecimento elétrico.

A célula a combustível de alta temperatura também pode ajudar na melhor utilização da energia elétrica gerada por hidroelétricas. Neste caso, a energia produzida que não é utilizada se perde, pois não é possível armazená-la para uso posterior. Esse excedente, sugere Sonia Mello, poderia ser utilizado para decompor a água em hidrogênio e oxigênio. Esses componentes seriam mais tarde aproveitados pelas células, havendo assim maior racionalização na produção e no aproveitamento energético.

A estimativa é que em cerca de cinco anos as células a combustível de alta temperatura possam ser usadas comercialmente. No entanto, isso dependerá do ritmo de aprimoramento tecnológico desse processo.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br