ISSN 2359-5191

29/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 62 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Especialista do IAG cogita existência de vida em outros planetas

São Paulo (AUN - USP) - Em evento realizado no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas-IAG/USP, dirigido por Augusto Dominelli, astrônomo e docente do Departamento de Astronomia daquele Instituto, um público especialista e não especialista teve a oportunidade de discutir as possibilidades de existência de vida em outros planetas.

Para Augusto Dominelli, a possibilidade de existência de vida em outros planetas é um dado altamente provável. “A vida, embora difícil de ser compreendida, é uma coisa tão fácil de ser feita pela natureza, porque as condições que a vida exige estão em todos os lugares. Então a probabilidade de existir vida parece ser muito grande, isso mostra que é muito provável que se procurarmos realmente a existência de vida em outros planetas poderemos encontrá-la”, disse Dominelli.

Questionado sobre as razões que inviabilizam a descoberta de vida em outros planetas, Dominelli, disse que falta apenas engajamento sofisticado nesta procura. “Antes essa procura era primitiva. Nos anos 60, a procura de vida foi feita através da captação de sinais sonoros de presumíveis comunicações entre os seres doutros planetas, o que não teve grandes resultados. Na verdade houve ineficiência nesses métodos. A pergunta correta que se devia formular seria se é possível achar outras formas de vida como a da terra nesses planetas, ou seja, procurar sinais de atividade biológica nesses planetas”.

O professor Dominelli considerou que este é um questionamento que pode ser cientificamente produtivo, já que existe vida macroscópica, a visível ao olho humano, e microscópica, a invisível, ao olho humano. A maioria das formas vida na natureza são micróbios invisíveis.

A existência da vida é um assunto muito complexo por envolver vários posicionamentos. A astronomia pode dar um grande contributo para essa resposta. “É um tema problemático porque tem um viés teológico, religioso e científico. Então, é um tema que dá margem a muitas interpretações. Entender a vida é um desafio para a ciência, visto que não existe uma definição completa sobre o que é vida, tanto no plano evolucionista como no plano criacionista”.

O professor Dominelli disse que a busca de vida em outros planetas é o grande projeto científico da humanidade no século XXI, e o Brasil está participando ativamente. Como referência citou dois ex-estudantes do IAG que atualmente são notáveis investigadores brasileiros acerca dessa questão com reputação internacional. “Galant, pós-graduado nessa temática, é hoje um dos maiores pesquisadores do laboratório astrobiológico da USP, ao passo que a bióloga Emanuelle trabalhou no pólo sul e na agência americana da Nasa. Acredito que com os investimentos e a criação de novas tecnologias em expansão, o esclarecimento desta questão, acredito que daqui a pelo menos dez anos, provaremos a existência de vida em outros planetas”.

Sobre os possíveis embates que esse projeto poderá gerar com a ala religiosa, Domnelli, esclareceu que não há precedentes para grandes embates ou críticas da igreja em cima do projeto. “Conheço muitos cientistas que são religiosos e, incrivelmente, todos eles são evolucionistas, ou seja, acreditam que a vida evolui segundo as leis de Darwin. Inclusive o padre astrônomo George Coyne, que é o Diretor do Observatório Astronômico do Vaticano, tem artigos publicados sobre a procura de vida no universo. Para ele, esse assunto não colide com a fé. Pelo contrário, ele acredita que lei evolucionista de Darwin é apenas mais uma lei da natureza. Disse o professor Dominelli.

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