São Paulo (AUN - USP) -De acordo com os dados revelados até o momento, o Irã não teria a possibilidade de desenvolver armas atômicas. Quem afirma é o pesquisador Artour Elfimov, do Instituto de Física da USP (IFUSP).
Segundo Artour, pesquisador de Física Nuclear no IFUSP e imigrante russo que participou de pesquisas na antiga União Soviética, a construção de armas nucleares e o enriquecimento de urânio são de uma complexidade técnica enorme, além de serem extremamente caros. Para o pesquisador, ainda que o país já tivesse os laboratórios de pesquisa, levaria de 6 a 10 anos antes que pudessem fazer os primeiros testes. Segundo Artour, qualquer pesquisa com energia nuclear requer muitos testes, por isso, se o Irã estivesse conduzindo tais pesquisas, alguma evidência já teria aparecido.
O Paquistão, país com PIB cerca de quatro vezes maior que o Irã, recebeu a tecnologia e levou vinte anos para desenvolver armas nucleares. De acordo com Artour, esse é um bom exemplo comparativo para mostrar que pelo custo das pesquisas e pela necessidade de cientistas altamente qualificados, seria improvável que o Irã estivesse realmente desenvolvendo armas nucleares.
No início de junho deste ano o Irã recebeu sanções econômicas por parte do Conselho de Segurança da ONU. A ação foi uma represália ao fato do país negar a inspeção pela Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA) depois de anunciar o enriquecimento de urânio em 20%. Recentemente, o chefe da agência de inteligência norte americana (CIA), Leon Panetta, afirmou que o país está à caminho de enriquecer urânio em 90% e construir duas ogivas nucleares.