ISSN 2359-5191

06/08/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 68 - Saúde - Faculdade de Medicina
PACTO promove e potencializa ações conjuntas entre arte e saúde

São Paulo (AUN - USP) - Expressar o seu self, criar coisas novas e ativar sua potência de agir são atitudes que indicam saúde e vida, para os autores Winnicot e Guattari. É baseado nessas idéias que o Programa Permanente Composições Artísticas e Terapia Ocupacional (PACTO) atua. “Trabalhamos com uma concepção de terapeutas, psicanalistas e teóricos de que a criatividade é indicativo de saúde, de que a vida é criação permanente de novas formas e que o estado de adoecimento está relacionado à estagnação da possibilidade de criar novas formas de vida e experiências no próprio cotidiano”, explica Elizabeth Maria Freire de Araujo Lima, uma das professoras responsáveis pelo programa.

Criado em 1998 pelo Laboratório de Estudos e Pesquisa Arte e Corpo em Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da USP, o PACTO é um projeto didático-assistencial realizado por professores, pesquisadores e acadêmicos de terapia ocupacional e artes. O programa busca, através do trabalho com linguagens plásticas e corporais, incentivar e ajudar os seus pacientes a encontrarem um local no qual possam exercer com plena liberdade a sua capacidade artística, potencializando a produção de saúde.

Atualmente com três grupos, o PACTO atende pessoas em situação de vulnerabilidade social e não possui tempo certo de atuação. Isso porque o processo grupal depende muito de cada grupo. “A gente foi percebendo que os grupos têm um tempo de formação, que as pessoas vão chegando, vão se inserindo, se conectando, formando uma relação, e isso vai formando um tecido grupal, que tem um tempo”, explica Elizabeth. O sentimento de pertencimento e a produção coletiva são os objetivos desse processo, a partir de quando o grupo está pronto para seguir o seu caminho, ir para outro lugar.

O Mapa da Mina é um exemplo de projeto de conclusão de um grupo do PACTO. Esse coletivo escolheu mapear todos os lugares onde poderiam, a partir da experiência no programa, continuar sua atividade artística. Foram mapeadas casas de cultura, lugares onde se oferecia aula de dança e teatro, e outros.

Já o grupo PACTO adultos, que durou cinco anos e terminou em 2006, resolveu expor os seus trabalhos artísticos, o que resultou em um CD sobre as suas atividades. Eles chegaram a se apresentar seus trabalhos na Casa de Cultura Dona Iaiá e no Teatro Municipal de Osasco. Após a conclusão do trabalho, ao invés de se desfazerem, os participantes resolveram dar continuidade às suas atividades. Atualmente, eles se reúnem no Centro Cultural Popular da Consolação.

Rede de sustentação
Para dar um suporte àqueles que precisam de atendimento mais especializado, o PACTO oferece aos seus participantes a Rede de Sustentação. Nela, são dados acompanhamentos para os pacientes que apresentem outras demandas, como de saúde. São auxílios com questões trabalhistas, carteira de passe e serviços de saúde, entre outros. Para Elizabeth, “são ações além do trabalho grupal, e que iam possibilitando, às vezes, a pessoa estar no grupo”.

A atuação do programa tanto na frente artística quanto na vertente tradicional de atendimento é o que potencializa o PACTO. Além disso, o projeto continua forte mesmo depois de 12 anos devido a sua transformação, já que o Laboratório procura também não estagnar, seguindo o conceito de Gattari. “Entendemos que junto acontece um cuidado em saúde e uma abertura para a experiência artística e criativa, e que isso potencializa e produz saúde para essas pessoas”, explica a professora.

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