São Paulo (AUN - USP) - Estudo realizado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen, na USP) faz caracterização, clonagem, expressão e purificação dos hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH), controladores de hormônios relacionados a reprodução. Isso tem por finalidade a potencialização de sua reprodução – ovulação e fecundação - em cativeiro para fins comerciais.
Os estoques naturais de peixes comerciais em quase todo o planeta estão em colapso, no estágio conhecido como sobrexplotação, com uma taxa de captura acima da capacidade natural de recuperação. O Arapaima gigas – Pirarucu – pode ser encontrado no Amazonas, no São Francisco e no Nordeste brasileiro, sendo uma das espécies mais importantes para o extrativismo regional e a criação comercial no Brasil.
Dados da Food And Agriculture Organization (FAO) mostram um crescimento da aqüicultura em relação à pesca extrativista. Para o sucesso produtivo da piscicultura, é necessária uma grande quantidade de alevinos. Assim, a reprodução é de extrema importância. Os peixes criados em cativeiro, porém, apresentam dificuldades da ovulação e na espermiação. Essas falências estão ligadas a fatores hormonais.
Os hormônios em foco na pesquisa, como citado acima, são os LH e o TSH. Diversas espécies de peixes, atualmente, já possuem esses hormônios clonados. No estudo, são isolados e seqüenciados o DNA das subunidades α e β de tais hormônios, para depois as proteínas obtidas serem purificadas e testadas quanto a sua atividade biológica in vitro e in vivo. Dessa forma, são desenvolvidos LH e FSH recombinantes para a melhor reprodução da espécie.
O LH é o responsável pelo estímulo da secreção e da produção de hormônios femininos e masculinos, respectivamente. Além disso, controla a ovulação. Juntamente com o FSH, ele é necessário para o desenvolvimento de um folículo maduro, contendo um ovo capaz de ser fertilizado. O FSH, por sua vez, induz a produção de hormônios sexuais e é em parte responsável pela indução da espermatogênese.