São Paulo (AUN - USP) - Em uma cerimônia ocorrida nesta terça-feira, o professor Paulo Mendes da Rocha recebeu o título de Professor Emérito da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo, por suas relevantes atuações no campo de ensino universitário. O título foi entregue em um auditório lotado, com mais de 400 pessoas, entre alunos, docentes e notáveis da arquitetura.

O arquiteto Paulo Mendes da Rocha começou a lecionar na FAU em 1961, em meio a intensos debates acadêmicos sobre o papel do arquiteto na sociedade contemporânea. Afastado do cargo de professor em 69, quando o regime autoritário cassou seus direitos políticos e o impediu de dar aulas por onze anos, Paulo Mendes tornou-se professor titular da FAU em 1998, no mesmo ano que teve sua aposentadoria compulsória ao completar 70 anos.

O título de Professor Emérito é a maior homenagem concedida no meio acadêmico, somente aos professores que se destaquem pelo alto grau de projeção nas atividades universitária. Na cerimônia de entrega, o professor Silvio Macedo descreveu a relevância de Paulo Mendes para a FAU: “arquiteto sim, arquiteto internacionalmente reconhecido também, mas acima de tudo professor exemplar”.

A obra de Paulo Mendes marcou uma geração da arquitetura brasileira e influenciou a linha de conceito arquitetônico que ficou conhecida como Escola Paulista, na qual a FAU é a principal expoente. O Museu Brasileiro de Escultura (Mube), projetado em 1986, exemplifica a ênfase de edifícios com a estrutura definida e a utilização de pilares e vigas. Pelo trabalho da obra, em 2006, Paulo Mendes juntou-se a Oscar Niemeyer como únicos brasileiros a receberem o Prêmio Pritzker, o maior prêmio da arquitetura mundial.

Ao agradecer pelo título da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Paulo Mendes relembrou o passado na USP e considerou sobre o que é ser arquiteto atualmente. “A importância da arquitetura no contexto atual é maior do que no passado, pelas transformações ambientais que o mundo está vivendo. O arquiteto não pergunta mais ‘com o que’ se constroe, mas sim ‘o que’ vai ser construído”.