São Paulo (AUN - USP) - Método que utiliza os antagonistas da prolactina, hormônio, é estudado com objetivos de inibir a proliferação de células cancerígenas. Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen, na USP) desenvolvem o estudo baseado na premissa de que a prolactina é estimulante da proliferação de células tumorais, principalmente nas mamas e na próstata.
A prolactina é um hormônio liberado pela Adeno-hipófise que serve para estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias. Ela é produzida em maior quantidade durante a gravidez, quando seu nível plasmático aumenta em até 20 vezes em relação ao habitual. Apesar de ter mais funções na mulher, ela também é produzida pelos homens.
Os antagonistas da prolactina utilizados na pesquisa são o hPRL – S177D e o hPRL – G129R. A idéia é utilizá-los para inibir a função de proliferação de células em tumores que a prolactina exerce. Seria um estudo de profilaxia e não cura para a doença. "Temos uma ideia futura de otimizar a produção em células e fazer estudos utilizando os dois ao mesmo tempo, já que possuem mecanismos diferenciados de ação", conta Carlos Roberto Jorge Soares, um dos pesquisadores responsáveis, juntamente com Paolo Bartolini, que "já foi orientador de todos os que estão aqui", e outros estudantes.
O estudo, segundo o pesquisador, ainda está a nível básico. "Já fizemos publicações científicas e já está no laboratório sendo desenvolvido", explica. A próxima etapa é a pesquisa em animais, conta Carlos. Além desta, outra pesquisa por eles desenvolvida com a prolactina tem como objetivo melhorar os níveis de expressão dos hormônios recombinados.