ISSN 2359-5191

07/05/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 06 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Odontologia
Banco de Dentes da USP cria arquivo genético para doadores

São Paulo (AUN - USP) - Frente à descoberta de células-tronco em dentes-de-leite, o Banco de Dentes Humanos da Faculdade de Odontologia da USP inicia uma ação pioneira de arquivamento genético para doadores. Ao doar dois ou mais dentes para a instituição, a criança, que antes tinha todos esses órgãos destinados à pesquisa ou mesmo a transplantes, agora tem um destes exemplares doados conservados sob refrigeração.

“O Banco de dentes do futuro deverá ter o arquivo pessoal de cada doador”, diz José Carlos Imparato, professor que coordena o Banco de Dentes da USP. O professor conta que, com a descoberta de células-tronco em dentes de leite, o diálogo entre o doador e o Banco deve mudar, adaptando-se às novas possibilidades abertas por este campo. “Sendo o dente um material biológico, com DNA, o doador se perguntará o que irá acontecer com seu dente no futuro.”, diz Imparato. O professor alega que o arquivamento de uma destas amostras poderá ser útil ao doador mais tarde, como por exemplo na construção laboratorial de outros dentes, ou mesmo de outros órgãos do corpo.

Imparato conta que a criança deve dar preferência para o arquivamento do maior dente, pois este contém maior amostra de material genético. Com a refrigeração, a estrutura do dente pode ser conservada, mas o professor revela que não se sabe exatamente por quanto tempo as células-tronco do dente permanecem conservadas o suficiente para serem utilizadas posteriormente.

Pesquisas sobre as células-tronco ainda não estão sendo desenvolvidas na Odontologia da USP devido à falta de recursos financeiros, mas Imparato pretende que, com ajuda de órgãos de pesquisa do governo, isso comece a ser implementado.

Mudança de comportamento
Além do novo projeto de arquivamento de material genético, o Banco de Dentes mantém sua linha de atuação não só no sentido de fornecer material para pesquisa e transplantes, mas na conscientização da criança quanto ao ato de doar um órgão.

“Ao invés da criança jogar o dente no telhado, ou guardar debaixo do travesseiro para ‘a fadinha do dente’, ela doa para o Banco de Dentes e começa a receber um embasamento sobre doação de órgãos”, diz Imparato. A criança começaria se conscientizar de que, com aquele dente doado, ela estaria ajudando uma outra criança, formando uma opinião positiva sobre a doação de órgãos.

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