ISSN 2359-5191

17/09/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 76 - Educação - Universidade de São Paulo
Falta apoio dos professores para Programa de Pré-Iniciação Científica da USP

São Paulo (AUN - USP) - O PIC (Programa de Pré-Iniciação Científica da USP) foi criado pela Pró-Reitoria de Pesquisa da USP com o objetivo de promover a aproximação entre alunos do ensino médio e a universidade. Apesar de os alunos mostrarem grande interesse, faltam professores da USP que se empenhem em dar andamento ao projeto.

Além de trazer os futuros universitários para a universidade, o PIC tem o objetivo de complementar o conhecimento adquirido pelo aluno na escola pública, que costuma apresentar muitas falhas. “O programa tem a ideia de, em trazendo o aluno para dentro de um laboratório, dentro de uma ferramenta, que é a pesquisa, que esse aluno tenha capacidade de análise, capacidade de crítica, capacidade de síntese, a busca por soluções, ou seja, que ele ganhasse habilidades que a escola formal ainda não tem condição de oferecer”, afirma o professor Primo Bombonato, assessor da Pró-Reitoria de Pesquisa.

Podem participar alunos de escolas públicas do 1º ou do 2º ano do ensino médio, de 15 a 18 anos, de cidades onde existam unidades da USP. O projeto já englobou também as ETECs (escolas técnicas estaduais), mas não abre vagas para as escolas particulares.

O professor da USP apresenta em poucas linhas seu projeto e uma definição do que o aluno faria em seu laboratório e remete à Secretaria de Educação, que disponibiliza as informações em seu site, no qual os alunos podem se inscrever. Os alunos concorrem a uma bolsa que tem duração de um ano, financiada pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pelo Santander.

Os alunos são selecionados pela Secretaria de Educação, com base na nota do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo). Os contemplados pela bolsa são acompanhados por um professor supervisor da USP em atividades que são desenvolvidas na universidade, em, no mínimo, oito horas semanais. Eles recebem também o acompanhamento de um professor de sua escola de origem.

Ao final do programa, são avaliados o aluno, o professor orientador (da escola pública) e o professor supervisor (da universidade). São observadas a participação e as atividades desenvolvidas pelo aluno, o impacto do programa sobre o aluno e o engajamento dos professores.

Quanto ao desempenho dos alunos, Bombonato afirma que não costuma haver problemas, pois eles geralmente são dedicados e empenham-se no projeto. “O aluno que vem pra cá, até pela forma de seleção, é um aluno mais aplicado, é um aluno diferenciado”, diz. E os números comprovam a dedicação: em 2009, dos 385 alunos que iniciaram as atividades, apenas dois desistiram.

O que falta é o envolvimento dos professores da USP. Nesse ano, apesar de o Santander ter disponibilizado verba para mil bolsas, houve apenas 609 projetos, ou seja, serão devolvidas quase 400 bolsas. “Eu acho que os professores ainda não entenderam a dimensão do projeto”, diz Bombonato. Para ele, os professores precisam acreditar mais na competência dos alunos.

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