ISSN 2359-5191

23/05/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 07 - Sociedade - Instituto de Estudos Brasileiros
Parte da Semana de Arte Moderna de 22 está na USP

São Paulo (AUN - USP) - Das paredes da casa de Mário de Andrade para as do Instituto de Estudos Brasileiros da USP. A coleção de arte e objetos particulares do pensador modernista foram vendidos por um preço simbólico à Universidade pela família e integra, desde a década de 60, o acervo do IEB.

Entre os quadros, há peças emblemáticas do movimento modernista brasileiro, que teve Mário como uma das lideranças. Quadros que freqüentemente ilustram os livros didáticos das escolas, como O japonês, O homem amarelo e A estudante russa, de Anita Malfatti, O mamoeiro e Retratode Mário de Andrade, de Tarsila do Amaral; além de obras de Lasar Segall, Volpi, Guignard, Cícero Dias, Di Cavalcanti e outros. Alguns possuem a etiqueta participou da Semana de Arte Moderna de 1922. “Há mais quadros na reserva, mas escolhemos colocar na exposição permanente aqueles que são alvo de maior curiosidade dos visitantes”, explica Ana Paula F. de Camargo Lima, técnica de documentação da Coleção Mário de Andrade.

Dentre as esculturas, está exposta a obra Cabeça de Cristo, de Vítor Brecheret. Segundo se conta, o espanto das tias de Mário de Andrade ao ver a peça, retratando a cabeça de Jesus um tanto quanto disforme e de tranças, inspirou-o a escrever o seu livro de poemas Paulicéia desvairada. Um marco em sua carreira e no Modernismo Brasileiro.

Outra curiosidade é contada por Dorivaldo Santana de Almeida, auxiliar de museu, a que Mário de Andrade fazia questão de comprar os óleos e esculturas de seus amigos, aceitando como presente somente as obras sobre papel. “Mesmo quando não tinha dinheiro”, completa. A ampla coleção de gravuras e desenhos também possui peças de grande importância artística e nomes como Portinari, Di Cavalcanti, Ismael Nery e outros.

Para Tadeu Chiarelli, crítico e professor da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA), “não dá para conhecer a arte modernista brasileira sem fazer algumas visitas àquele acervo. Todas as suas obras são importantes”. E continua, “eu penso que a coleção deveria ser mais divulgada, sem dúvida. É uma pena que nem mesmo os professores, alunos e funcionários da Universidade - em sua grande maioria - conheçam aquele patrimônio”.

A Coleção Permanente Mário de Andrade é aberta das 9h às 17h, com entrada franca. O endereço é Instituto de Estudos Brasileiros, Av. Prof. Mello Moraes, travessa 8, nº 140. Cidade Universitária. Os telefones de contato são 3091 32 47 ou 3091 3143.

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