São Paulo (AUN - USP) - Para o lançamento do livro “Ideologia e Contraideologia”, de Alfredo Bosi, o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP) organizou um debate sobre o livro. Para o evento participaram, além do próprio autor, os professores Franklin Leopoldo e Silva (Filosofia/USP), Elizabeth Cancelli (História/USP) e Sara Albieri (História/USP) sendo mediado pelo professor do Instituto, Fernando Paixão.
O lançamento do livro “Ideologia e Contraideologia” trouxe para o instituto o debate sobre as formações ideológicas em detrimento da história do mundo ocidental. O seu novo livro fica muito longe de ser um ponto fora do seu pensamento, muito pelo contrário, a obra se torna algo complementar para desvendar a linha filosófica de Bosi.
“No livro o autor permite que o desvende, que faça ligações com suas outras obras”, afirmou a professora Elizabeth Cancelli do Departamento de História da USP. O professor Fernando Paixão do IEB compartilha do mesmo pensamento da historiadora. “Cada texto do livro adiciona uma espiral a mais nos temos do autor”, afirmou.
Para Franklin Leopoldo, do Departamento de Filosofia da USP, o livro “propõem uma tarefa, naquela que o autor está engajado a muito tempo: estamos sempre no meio do caminho”. Para o filósofo, o livro não se coloca na missão de começar nem terminar nenhuma forma de pensamento, mas apenas complementar os já existentes. “Não se encontra, por isso, uma introdução e uma conclusão, um livro sem começo e nem fim”, afirma.
A professora Sara Albieri, também do Departamento de História da USP, desmitifica sobre os possíveis preconceitos que o título do livro pode trazer. “Pode-se sugerir que o livro trata de embates dos pensamentos, mas quando se abre o livro não se encontra as frentes de luta”. Para Franklin, o título é significativo: “Ele designa a atitude do livro, o pensar contra; reúne a negação hepática e uma visão de possibilidades dessa negação”.
Alfredo Bosi é professor titular de Literatura da USP, editor da revista Estudos Avançados e ex-diretor do instituto onde coordena o Grupo de Pesquisa de Literatura e Cultura. Desde 2003 Bosi é membro da Academia Brasileira de Letras, tendo o seu 16ᵒ livro lançado pela editora Companhia das Letras, com 448 páginas.