ISSN 2359-5191

22/10/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 89 - Economia e Política - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Globalização não muda relação de dependência entre países do Norte e do Sul
Primeiro dia da VII Semana de Relações Internacionais da USP debateu o papel da Cidades Globais

São Paulo (AUN - USP) - Apesar de ser vendida como um fator de desenvolvimento, a globalização de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro é apenas uma nova forma de organização da divisão internacional do trabalho. Com a crise do capitalismo e a necessidade de ampliação de mercados consumidores, a globalização propiciou a formação de uma ideologia de potência global com padrões de consumo exacerbados. A tese é do professor João Sette Withaker da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP) apresentada durante a VII Semana de Relações Internacionais da USP.

Withaker abordou a globalização das cidades a partir de uma perspectiva histórica. Para ele, o conceito de Cidade Global pode ser aplicado mesmo às cidades mais importantes da antiguidade. “Roma era algo que poderia ser considerado uma cidade global”, lembra. Mais do que afirmar o desenvolvimento destas cidades por seu destaque global, Withaker defende que se analise a situação desta cidade no contexto mundial.

São Paulo, cidade aclamada por suas características “globais”, ainda mantém 30% de sua população sem acesso a esgoto e 70% dos seus habitantes dependem do transporte público. Apesar da situação ainda longe das grandes cidades como Tóquio, Milão ou Londres, a alcunha de cidade global marca São Paulo para atender a um status de consumidor qualificado. “É uma manipulação ideológica que tenta legitimar a ideia de que somos uma cidade de potência global baseada em um padrão de consumo exacerbado”, critica João Sette Withaker.

Autor do livro “O Mito da Globalização”, Withaker crê que o processo reflete uma exacerbação da divisão do trabalho. “A globalização foi a mudança do paradigma da produção pelo paradigma da competição”, explica. Com o surgimento da informática há um boom na produção industrial e um déficit na quantidade de mão de obra necessária. A situação levou à especialização de mão de obra em alguns países e o surgimento de um pequeno mercado consumidor com grande poder de compra. “É desta forma que surge a necessidade de promover uma estabilidade econômica para facilitar o crédito e ampliar o mercado consumidor”, explica Withaker.

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