ISSN 2359-5191

03/06/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 08 - Meio Ambiente - Escola Politécnica
Pesquisa concilia proteção ambiental e ganhos econômicos

São Paulo (AUN - USP) - Aliar técnicas de prevenção ambiental com o crescimento econômico da indústria é necessário, de acordo com a professora Dione Mari Morita, do Departamento de Engenharia Hidráulica da Escola Politécnica (Poli) da USP. “Se não der vantagens para o industriário, é muito difícil dar certo. Uma postura só de fiscalização, medidas corretivas e licenciamento não é suficiente”.

A tese de Doutorado de Zeila Chittolina Piotto, orientanda da professora Morita, envolvendo uma indústria de papel e celulose em Jacareí, é um exemplo prático dessa nova tendência. Seu projeto, além de conseguir reduzir 80% de compostos cancerígenos e todo o chumbo dos resíduos, por exemplo, reduziu o custo da empresa em 30%, permitindo-lhe até que pudesse exportar.

É o novo conceito de ecoeficiência, que Morita conheceu nas ocasiões em que trabalhou na Cetesb, em 1999, e na Secretaria do Meio Ambiente do Estado, entre 2000 e 2001, quando lidou com as indústrias pelo lado governamental e teve contato com agências ambientais canadenses e americanas, que já trabalhavam com essa nova concepção.

Seria necessário agora desenvolver mais tecnologias específicas e acessíveis para o Brasil, considerando que os solos daqui, tropicais, são diferentes dos solos temperados dos países do Norte. E o País não tem fundos como os Estados Unidos, por exemplo, para investir no tratamento de áreas contaminadas. Além disso, há 255 dessas áreas confirmadas só no Estado de São Paulo, segundo o último levantamento da Cetesb.

Exemplos de substâncias problemáticas são pesticidas, fitalatos (plastificantes), metais pesados, hidrocarbonetos aromáticos e compostos organoclorados. Elas podem ser cancerígenas, tóxicas (podem levar a problemas neurológicos, dermatite e até parada respiratória), desreguladoras endócrinas (afetam a reprodução humana), mutagênicas (podem passar para outras gerações), teratogênicas (da mãe para o filho), além de serem cumulativas e persistirem no meio ambiente por muito tempo.

Morita trabalha desde 1989 pesquisando a remoção de substâncias perigosas. Suas linhas de pesquisa principais abrangem a remoção desses resíduos contidos em águas residuárias, de abastecimento, resíduos sólidos, sedimentos contaminados, e remediação de áreas contaminadas. Ela já coordenou a abertura de aproximadamente 20 estações-piloto de pesquisa no Estado, junto a indústrias, além de duas unidades em escala real, incluindo a de Jacareí – e mais uma, junto a uma indústria de Alumínio, que está começando.

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