ISSN 2359-5191

03/06/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 08 - Saúde - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Casos de insuficiência renal crescem entre animais domésticos

São Paulo (AUN - USP) - A insuficiência renal crônica, doença na qual o rim para de funcionar e, conseqüentemente, toxinas ficam retidas no organismo, é um problema que afeta cães e gatos cada vez com maior freqüência. Só no HOVET (Hospital Veterinário da USP), é registrado um caso novo a cada semana de cão com a doença. Segundo Márcia Kogika, professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, os animais estão vivendo mais, devido às mudanças na forma com que são tratados pelos seus proprietários, o que causa o aumento no número de casos da doença em animais domésticos. “Os animais vivem muito pois os donos cuidam mais”, explica. E os animais mais velhos estão mais sujeitos à doença.

Por causa do grande número de animais que desenvolvem a doença, o Departamento de Clínica Médica da FMVZ resolveu estudar a insuficiência renal crônica, visando principalmente o diagnóstico precoce e o tratamento prolongado. A enfermidade não tem cura, porém, se o animal for tratado desde o início, ele pode ter uma vida normal. “Se o diagnóstico for feito cedo, o tempo de vida do animal será maior e a qualidade de vida, melhor”, afirma a professora.

Para detectar a insuficiência mais rapidamente e com maior precisão, os pesquisadores estão indo buscar exames laboratoriais já utilizados na medicina tradicional, mas pouco conhecidos na medicina veterinária. Alguns exames já provaram ser eficientes para o diagnóstico da doença, como, por exemplo, as determinações séricas de paratormônio e de cálcio ionizado e atualmente encontra-se em estudo o de estresse oxidativo das hemácias.

O tratamento também será beneficiado pelos estudos. O objetivo é “assistir um maior número de animais”. Atualmente, a principal forma de tratamento é a fluídoterapia combinada com uma dieta balançada.

Os principais sintomas da insuficiência renal crônica são: o animal bebe muita água e urina muito. Seu pêlo fica sem brilho e ele emagrece gradativamente. Também pode apresentar vômitos esporádicos. A fluidoterapia ajuda-o a não desidratar. A doença pode ter origem congênita e hereditária, manifestando-se em animais jovens, ou adquirida, causada por agentes que provocam doenças renais. Essas podem evoluir, até chegar ao ponto em que o rim não funciona mais. Em geral, o segundo tipo se desenvolve em animais mais velhos.

A insuficiência renal crônica causa vários distúrbios metabólicos no organismo do animal infectado. A doença diminui o tempo de vida das hemácias e o animal fica anêmico. Outra conseqüência é descalcificação do osso, além de alterações gastrentéricas e neurológicas, principalmente nos casos mais graves. A doença, se não tratada de forma prolongada, pode ser fatal.

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