ISSN 2359-5191

28/10/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 93 - Educação - Instituto de Matemática e Estatística
Ensino da matemática é integrado à educação ambiental

São Paulo (AUN - USP) - Um discurso sustentável não é mais privilégio de biólogos naturebas ou geógrafos ecochatos. A consciência ambiental, agora, também faz parte da área de exatas. Na Comunidade Educativa Cedac, em Paragominas (PA), a educação ambiental se mistura a todas as disciplinas do ensino fundamental. Inclusive à temida matemática.

“A matemática ajuda as pessoas a pensarem quantitativamente nos problemas ambientais”, declara Aline Matheus, educadora do Instituto de Matemática e Estatística da USP. Ela é do Centro de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática do IME e uma das responsáveis pela área de matemática do Cedac de Paragominas.

“Por exemplo, na sexta série, nós ensinamos uma sequência didática de equações que é utilizada para calcular os rateios de custo da extração de bauxita. A ideia é apresentar a técnica para que as crianças consigam enxergar os valores”, diz. Nesse caso, a matemática dá a percepção numérica sobre a finitude dos recursos naturais.

A educação ambiental, na atualidade, não é mais romântica. É preciso concretizar ações e trabalhar no campo prático. Segundo a educadora, é fundamental informar as pessoas sobre as questões ambientais. Mas isso nem sempre é tudo, é preciso tratar da atitude. E a matemática é ferramenta fundamental para trazer ao plano palpável a teórica sustentável.

Diferentemente de outras iniciativas de educação ambiental, o projeto do Cedac não trabalha o tema por módulos. Oficinas de reciclagem, conscientização ambiental e tópicos de sustentabilidade não são atividades extracurriculares. Eles entram em consonância com o currículo escolar.

Essa, talvez, seja a resposta para a fragilidade da educação ambiental no Brasil. Estudando o meio ambiente nas aulas de Língua Portuguesa, Geografia, História e até Matemática, a criança incorpora naturalmente uma posição mais ativa na proteção de seu meio. Pelo menos, é o que transparece quando uma criança de Paragominas pede para a tia da escola desligar a torneira, porque a água do mundo está acabando.

Segundo Aline, porém, toda a questão é apenas uma mudança de foco. A educação ambiental integrada ao ensino da matemática não é uma revolução. É só uma maneira diferente de enxergar as coisas. “Quando você muda seu jeito de ver o mundo, seu mundo acaba mudando”, finaliza com um sorriso.

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