ISSN 2359-5191

28/10/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 93 - Meio Ambiente - Faculdade de Saúde Pública
Pesquisa da FSP revela que Petrobras descumpriu acordo ambiental

São Paulo (AUN - USP) - Uma das finalidades da instalação da Usina Termelétrica Eusébio Rocha, localizada na cidade de Cubatão, era cumprir um papel ambiental importante ao substituir as caldeiras de óleo combustível por gás natural. Entretanto, a pesquisa desenvolvida na Faculdade de Saúde Pública - FSP em parceria com o Cepema - Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente chega a reta final com uma percepção bastante diferente do que seria a imaginada.

A pesquisa “Estudo da Saúde em Cubatão” cuja coordenadora responsável é Helena Ribeiro, diretora da FSP, é financiada pela Petrobrás através do TAC - Termo de Ajustamento de Conduta. O objetivo do estudo era monitorar a qualidade do ar antes e depois da instalação da termelétrica inaugurada em março de 2010. Segundo a Petrobrás, a substituição das caldeiras reduziria em até 75 % as emissões atmosféricas de gases poluentes como óxidos de nitrogênio, óxidos de carbono e óxidos de enxofre. Os primeiros resultados do estudo mostraram, entretanto, que os dados previstos pela empresa não foram confirmados na prática.

A cidade de Cubatão que no inicio da década de 80 ganhou o título de campeã nacional em doenças respiratórias , sofreu mudanças significativas ao longo dos anos resultando em redução drástica da poluição graças ao controle das indústrias, população e governantes. No entanto, após anos de declínio expressivo o que se observou foi que depois da instalação da termelétrica aumentaram os efeitos adversos à saúde humana decorrentes da poluição.

A coordenadora do projeto conta que os pesquisadores se surpreenderam com o aumento da poluição em 2010 em relação ao ano anterior, pois se acreditava que com a substituição das caldeiras as taxas se reduziriam significativamente. A principio acharam que os fatores climáticos não estavam favorecendo a dispersão dos poluentes. Depois ao indagarem a Petrobrás sobre os resultados, houve a informação de que a empresa ainda não havia desativado as caldeiras de óleo. Assim, tanto as caldeiras de óleo quanto as de gás natural estavam em funcionamento, o que justifica os índices maiores de poluição ao longo do ano e conseqüentemente o aumento de internações por doenças respiratórias e circulatórias. A empresa alega que a desativação ainda não foi feita pois se faz necessária a manutenção de ambas caldeiras ativadas para gerar energia suficiente a população.

É bom ressaltar, que a desativação da refinaria movida a óleo combustível era para ser realizada assim que a termelétrica fosse instalada , como foi divulgado amplamente pela Petrobrás. Até o fechamento desta reportagem a Petrobrás não havia informado aos pesquisadores uma nova data para a desativação das caldeiras.

Caso não haja prorrogação do contrato, a pesquisa terminará em dezembro, onde serão apresentados os resultados finais do estudo.

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