São Paulo (AUN - USP) - Em contraposição à conjuntura de dominação característica do processo de globalização, o professor de Relações Internacionais da PUC, Luiz Eduardo Wanderley, propõe um modelo de globalização contra-hegemônica baseada na articulação de setores da sociedade civil e de movimentos sociais.
Presente na VII Semana de Relações Internacionais da USP, realizada na Faculdade de Economia de Administração - FEA-USP, o professor acredita que o atual modelo gera a aculturação das nações menos desenvolvidas, caracterizando uma situação em que um grupo dirige o outro. Agências multinacionais, mídia, intelectuais e universidades são alguns dos grupos que Wanderley aponta como responsáveis pelo atual modelo de globalização, baseado em uma “privatização de políticas públicas” através de ONG’s e fundações.
O processo contra hegemônico defendido pelo professor é baseado em diversas alternativas apresentadas por ele durante o primeiro dia do evento. Dentre elas estão o conceito de economia solidária, criada pelo professor Paul Singer, da Faculdade de Filosifia e Ciências Humanas da USP, e a criação de conselhos gestores, formados pela sociedade civil e representantes do governo para elaborar e implementar políticas públicas. “A ideia de conselho gestor, com participação no governo de forma paritária, é revolucionária”, comenta Wanderley.
De acordo com o ele, o processo observado é complexo e indefinido e não irá mudar o sistema, que ele classifica como “vivo e forte”. Mas são apenas caminhos e experiências concretas a serem seguidas. “Todas as experiências apontam para soluções alternativas, com problemas a serem discutidos”, explica.