São Paulo (AUN - USP) - Cadeiras, poltronas, mesas, banquetas e paineis de revestimento feitos de bambu são sinônimo de sustentabilidade na empresa de decoração Oré Brasil. Em palestra promovida pelo Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo (NUTAU) da USP, o dono da empresa, Paulo Foggiato, atribuiu o uso do bambu ao crescimento rápido do vegetal, que rende até 25 vezes mais do que a madeira de árvores. Além disso, segundo o designer, o processo de fotossíntese do bambu fornece 35 vezes mais oxigênio em comparação a uma árvore.
Segundo o empresário, o diferencial de seus produtos é a adaptação do design ao gosto do consumidor: “Nossas peças de decoração tinham alguns inibidores de vendas, como a cor do bambu e a pequena linha de produtos. A partir daí começamos a fabricar mais produtos, como mesas de tamanhos diferentes. Também usamos outros materiais para fabricação, como imbuia, que é um material mais escuro, que tem a coloração bem diferente da do bambu”, explica.
Outro problema na venda de móveis sustentáveis era o preço, que segundo Foggiato, se resolveu a partir do momento em que os produtos passaram a ser confeccionados por maquinário, e não de forma artesanal. “Dessa forma, o preço dos móveis caiu cerca de 50%”, diz o designer, que explica que o bambu passa por cortes, moldureiras, estufas de secagem e prensas até ficar no formato correto para servir como mobília.
O palestrante mencionou que há mais de 100 mil espécies de bambu no mundo, e 230 estão presentes no Brasil, e que é possível fazer uso sustentável desse material constantemente. “Um bambu pode crescer de 25 a 30 metros em um ano. Depois disso, ele vai ganhando espessura e densidade, e continua sendo uma boa matéria-prima”. Foggiato diz que sua empresa utiliza principalmente o bambu gigante, que tem preço acessível e tem o melhor custo-benefício, mas que também trabalha com o bambu Madake, que é mais barato e também enriquece a fabricação dos móveis.
Após a fabricação, o designer diz que é importante saber a força do material. Parece isso, é feito um teste de nome “forçamento do encosto” nas cadeiras e poltronas fabricadas. Para isso, é aplicado um peso de 95 quilos no assento e outro de 33 quilos na parte das costas da cadeira. Dessa forma, testando o material, a empresa promove a confiança em seus produtos, mantendo-se atrelada a um trabalho sustentável.
Foggiato ainda ressalta a importância do capricho de seu trabalho: “É necessário estimular os funcionários e dar valor ao trabalho deles”. A chave de sucesso de seu trabalho, existente desde 2009, é um trabalho limpo e prazeroso, que valorize tanto seu empreendimento quanto o meio ambiente.