ISSN 2359-5191

22/11/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 104 - Educação - Escola de Educação Física e Esporte
Desempenho técnico no basquetebol não está relacionado à formação física

São Paulo (AUN - USP) - O pesquisador Fernando de Oliveira Paes (EEFE-USP), que já foi técnico de equipes escolares de basquetebol e atleta de basquetebol de times como o Palmeiras, constatou que não são as variáveis antropométricas – altura, peso, massa corpórea – que diferenciam as categorias de base competitivas do basquetebol: mirim (14-15 anos) e infanto-juvenil (16-17 anos). O indicativo de seu estudo aponta para que a principal diferença entre as equipes está no desempenho técnico, que por sua vez tem relação com o tempo de prática da atividade.

A pesquisa, realizada entre 2008 e 2009, buscou verificar se havia relação entre as modificações corpóreas das jovens atletas e o desempenho técnico, na passagem entre de uma categoria para outra. Foram aplicados testes da American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD), que avaliam o conhecimento técnico (testes de arremesso, passe e movimentos defensivos) e testes antropométricos (verificando estatura, peso, envergadura, somatório de dobras cutâneas etc.), em 34 atletas dessas duas categorias. Fernando escolheu jogadoras dos dois principais times formadores de atletas do Brasil: COC (Jundiaí-SP) e Finasa (Osasco-SP), vinculados à Federação Paulista de Basquetebol. Desses times, saíram atletas como Hortencia e Paula, as duas atuaram principalmente nas categorias de base do COC.

Com a realização desses testes, Fernando percebeu que o tempo de prática apresentou a maior relação com os melhores desempenhos. Porém, na pesquisa não verificou se aquelas que foram melhores nos testes eram as de melhores nos times. Então a ideia que a mudança na composição corporal poderia influenciar não se verificou. Mesmo existindo uma diferença de idade, o que esse estudo mostra é a importância do aprendizado dos fundamentos do basquetebol aliado ao tempo de prática, no processo de formação do atleta, que passa pelas categorias de base. Porém, ele acredita que, no Brasil, a preocupação não está em formar, trabalhar os fundamentos do esporte. Ganhar é muito mais importante, inclusive nessas categorias, em que a principal preocupação deveria ser ensinar para no futuro obter o máximo desses atletas. “E eles querem tirar o máximo agora”, critica Fernando.

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