ISSN 2359-5191

22/11/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 104 - Saúde - Faculdade de Medicina
Discussão de acessibilidade envolve pessoas com ou sem deficiência

São Paulo (AUN - USP) - Não é preciso ter qualquer deficiência ou mobilidade reduzida para discutir “acessibilidade”, já que o tema envolve o dia-a-dia de qualquer pessoa. Essa é a ideia central da palestra Acessibilidade: O Direito de Ir e Vir É Para Todos, que apresentará exemplos práticos para tratar do assunto. Ministrada pelas terapeutas ocupacionais Evelin Cadrieskt Ribeiro e Camila Cristina Bortolozzo Ximenes, a palestra acontece na próxima terça (23), das 12h às 13h45, na Faculdade de Medicina da USP.

“A discussão sobre acessibilidade é urgente. Isso porque a questão das leis e normas sobre o assunto já andou bastante. Dá década de 80 pra cá já se regulamentou muita coisa. Agora, na prática, pouca coisa foi feita devido à ausência de um órgão fiscalizador. A USP, por exemplo, recebeu do Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal) uma cartilha detalhada sobre as normas e as adaptações possíveis para tornar suas instalações mais acessíveis. Mas que órgão público está fiscalizando isso? Se você andar pela USP, por exemplo, vai ver que a maioria dos prédios ainda não é acessível para pessoas que têm qualquer dificuldade motora, visual, auditiva”, declarou Evelin, uma das responsáveis pela palestra e integrante do Reata, Laboratório de Estudos em Reabilitação e Tecnologia Assistiva da USP.

Segundo Evelin, outro problema é o desconhecimento de que a acessibilidade não é um tema voltado somente às pessoas com deficiência. “A ausência de sinalização em uma via pública, por exemplo, pode dificultar o acesso de qualquer pessoa a determinado lugar. Além disso, diversas pesquisas têm mostrado que os indivíduos constroem relações de afeto e passam a frequentar mais os lugares que oferecem maior facilidade de acesso, maior conforto”. Outros exemplos citados por Evelin são os banheiros de baladas, que costumam ser muito apertados, e certos pavimentos de vias públicas, que causam transtorno na hora de empurrar carrinhos de bebê ou de compras de supermercado.

No caso de pessoas com deficiência, não basta criar ambientes adaptados. Elas devem ser incluídas em todas as esferas, para que possam exercer plenamente seus direitos civis, políticos, sociais, culturais e econômicos, como prevê a Constituição Brasileira. “Essas pessoas não querem tratamento especial. O direito de ir e vir é para todo mundo”. Evelin aproveita para citar o conceito de “Desenho Universal”, criado em 1963 por uma comissão em Washington (EUA). A ideia central é conceber ambientes, serviços, programas e tecnologias acessíveis, que possam ser utilizados de forma segura e autônoma por qualquer pessoa, sem que tenham que ser adaptados especificamente, ou seja, sem priorizar a questão da deficiência.

“Hoje o assunto de inclusão está visível para a gente. Há mais cadeirantes nas ruas de São Paulo, por exemplo. A discussão, que envolve especialistas de diversas áreas como saúde e engenharia, propicia que eles [pessoas com deficiência] possam sair de casa. E é importante que eles se apropriem do tema e alimentem os debates e mobilizações”.

SERVIÇO
A palestra Acessibilidade: O Direito de Ir e Vir É Para Todos faz parte do Ciclo de Palestras Sobre Pessoa com Deficiência
Realização: Comissão de Cultura e Extensão Universitária da Faculdade de Medicina da USP
Palestrantes: Evelin Cadrieskt Ribeiro e Camila Bortolozzo
Data: 23/11/2010
Horário: 12h as 13h45
Local: Anfiteatro de Patologia na Faculdade de Medicina da USP | Av. Dr. Arnaldo, 455, São Paulo – SP
Informações: 11 3061 7454/718 | ccexfm@edu.usp.br

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