ISSN 2359-5191

29/11/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 108 - Meio Ambiente - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Inovação e sustentabilidade são os principais focos do design do futuro
Palestra apresentada na FAU aborda desafios que profissionais de Design terão para se diferenciarem no mercado sustentável

São Paulo (AUN - USP) - A importância de encontrar iniciativas exemplares para a sustentabilidade no design foi ressaltada em uma palestra apresentada pela jornalista e especialista em Design Adélia Borges, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. O evento “Design Inovação e Sustentabilidade” fez parte do 8º Seminário Internacional Arquitetura Urbanismo e Design.

“O que temos que procurar nos produtos de hoje são características diferenciadas. É necessário que ele seja ambientalmente responsável, economicamente inclusivo e socialmente justo”, diz Adélia, que ressalta que os trabalhos elaborados pelos designers precisarão ter, cada vez mais, sintonia com as noções de desenvolvimento sustentável – quando se faz uso consciente da natureza, sem deteriorá-la.

A especialista atenta para a diferença nos processos produtivos, tanto sustentável como não sustentável: “Há três etapas para a confecção de materiais: a matéria, o processo e a atitude. Hoje em dia, muitos designers têm se importado apenas com a matéria utilizada, mas não pensam no processo para a confecção de um produto e não tomam nenhuma atitude para que a elaboração dele apresente preocupação com o meio ambiente”, diz.

Os produtos confeccionados com a consciência de desenvolvimento sustentável são inúmeros. A jornalista aponta que máquinas de lavar roupas, torneiras e motores são alguns materiais importantes porque podem estar relacionados à reutilização de água. Também há materiais como cadeiras, que podem ser feitas a partir de bananeiras, mesas que podem utilizar madeiras de reflorestamento e até mesmo guitarras que podem ser confeccionadas a partir da madeira do bambu. “Outro material que também é muito utilizado é a fibra de coco”, diz a palestrante. Os matérias ainda podem ser usados para produzir roupas de cama, berços e embalagens.

Adélia diz que ainda existe um abismo entre design e ação social, alegando que nem os profissionais formados têm consciência de que a sua área de atuação abrange as tentativas de inovação por meio da sustentabilidade. “Muitos formados não sabem o desgaste que um material sofreu até chegar ao produto final. Isso precisa mudar com novas formas de pensar e criatividade.”

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