ISSN 2359-5191

10/05/2000 - Ano: 33 - Edição Nº: 06 - Sociedade - Instituto de Psicologia
Política para a deficiência será apresentada no fim do semestre

São Paulo (AUN - USP) - Elaborar uma política para a USP em relação à deficiência é o que pretendem a professora Lígia Assumpção Amaral e os alunos Felipe Calderón Roa, Letícia Morais Fabri e Vânia Aparecida Calado, do Instituto de Psicologia, após concluído o trabalho desenvolvendo desde março de 1999.

A pesquisa levantou as principais dificuldades enfrentadas pelos portadores de deficiência física ou sensorial na universidade e contou com o apoio da reitoria, que se mostrou interessada em um plano de ação que melhore as condições dessa minoria nos campi da USP. "Parece que faltava apenas alguém que se dispusesse a pensar no assunto e planejar uma proposta", ressaltam Calderón e Vânia.

Foram seis meses procurando e entrevistando alunos, professores e funcionários de diversas unidades da universidade. O contato inicial foi feito por indicação dos centros acadêmicos ou de pessoas conhecidas, que checavam se haveria algum problema em participarem da pesquisa.

Em seguida, os relatos foram sistematizados e a eles se juntaram alguns documentos oficiais sobre o tema, a exemplo de outras universidades, como a Universidade de Brasília (UnB), e as constatações feitas pelos pesquisadores durante o trabalho de campo. A partir das conclusões tiradas daí, a política vai começar a ser pensada, com apoio jurídico, e deve ser entregue ao reitor até o fim desse semestre.

Dos obstáculos encontrados pelos deficientes, os arquitetônicos parecem ser os de mais fácil resolução. Colocar rampas, corrimãos, guias rebaixadas, elevadores nos prédios e melhorar a sinalização é algo que já vem sendo feito em muitas unidades da USP e não se tem gastado muito dinheiro.

As barreiras burocráticas e pedagógicas devem diminuir com a implantação e cumprimento da política. Vai se tornar mais simples o pedido de uma prova em braile, a adaptação de uma construção e quaisquer outras pequenas providências que precisem ser tomadas.

O que vai exigir mais atenção é a eliminação das "barreiras atitudinais", como são chamados o preconceito, a falta de preparo e flexibilidade nessa pesquisa. Deverá acontecer todo um trabalho de reeducação da comunidade uspiana (em todos os seus estratos), com a formação de grupos de discussão e, talvez, a inclusão de disciplinas no currículo dos cursos, como propõe o MEC.

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