São Paulo (AUN - USP) - Nada de férias e praia para seis universitários da USP. Com duas equipes classificadas, eles representarão a universidade na Maratona Internacional de Programação, que tem início no dia 27 de fevereiro no Egito. Até lá, três alunos do Instituto de Matemática e Estatística e três da Escola Politécnica terão que suar a camisa para fazer bonito na África.

A Maratona de Programação é uma competição entre equipes compostas por exatamente três integrantes. O objetivo é resolver uma série de problemas propostos pela organização, utilizando um programa de computador desenvolvido pelos competidores. “Essa competição exige muito conhecimento de algoritmos e estruturas de dados. O programa não pode demorar em dar a resposta certa”, conta Márcio Oshiro, técnico da Poli, mas aluno de doutorado do IME.

A contratação de um técnico do IME tem uma explicação. O Instituto já se classificou para sete finais mundiais e atualmente é o único medalhista brasileiro na competição. Orgulhoso, Wanderley Guimarães, técnico dos matemáticos, conta que no último mundial ficaram em 14º lugar, empatados com instituições de renome, como o MIT. “Os meninos sempre querem e lutam por uma medalha”, diz.

Mas isso não quer dizer que a Escola Politécnica esteja indo a passeio. Mesmo sem muitos alunos interessados e sem um processo de seleção específico, a Poli ficou com a medalha de prata na maratona brasileira, o que garantiu a presença da equipe no Mundial. “Eu acredito que o time da Poli esteja bem preparado e que vá conseguir uma boa colocação no campeonato mundial”, conta Oshiro.

Mesmo desconhecida da maioria, a Maratona de Programação acontece desde 1996 no Brasil e é a etapa classificatória para a competição internacional. Diversas universidades brasileiras desenvolvem concursos locais para escolher os times que competirão na etapa nacional. No ano de 2009, mais de 22 mil estudantes em mais de 80 países competiram em maratonas regionais em todo o planeta. Porém, apenas 100 participaram da última Maratona Internacional, que aconteceu na China e contou com sete equipes brasileiras.

A final mundial de 2011 acontecerá em Sharm el-Sheikh, no Egito, e contará com seis equipes tupiniquins: a do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, das Universidades Federais de Pernambuco, Minas Gerais e Paraná – além das duas equipes da USP.