São Paulo (AUN - USP) - O oitavo homem mais rico do mundo, Eike Batista, atacou, em palestra, as dificuldades estruturais para a entrada e a saída de mercadorias do País e afirmou que a privatização de aeroportos é a solução para a crise da aviação brasileira.
Segundo ele, o setor privado tem como responsabilidade arbitrar as conseqüências da ineficiência do Estado brasileiro nesse e em outros setores. Além disso, deixou claro durante sua palestra em evento realizado na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo que gostaria de ingressar no setor de telefonia e aumentar o leque de áreas em que atua. “Faz um leilão aí na telefonia para vocês verem o que eu vou fazer”, ameaçou, provocando risos da platéia.
Eike apontou a falta de entrada de novas multinacionais no País nos últimos 20 anos como sintomática, exceção feita à Hyundai em Catalão, Goiás. O caso foi utilizado para exemplificar a falta de estrutura viária no País e o “custo Brasil”, que espanta a chegada de empresas estrangeiras, encarecendo os produtos em conjunto com as altas taxas alfandegárias.
“Por que existem tanto sacoleiros por aí? O cara enche a mala de jeans Diesel na Itália e vende aqui. R$ 1.700,00 num jeans? Custa 80 euros na Itália...”, declarou Batista.
Segundo o dono do grupo EBX, o Brasil vive em um cenário diferente desde o início desta década e deixou “vinte anos de corrupção e crise” para trás, reforçando que, com a estabilidade econômica e a mudança política que exigem maior transparência do mercado, o Brasil sustentado pelo tripé MP, Tribunal de Contas e mídia investigativa derrubou dois ministros da Casa Civil.