São Paulo (AUN - USP) - O ciúme pode ser entendido como um conjunto de pensamentos, emoções e ações que são desencadeados por algum tipo de ameaça ao relacionamento. “Quando um indivíduo assume e consegue definir seu ciúme, há um controle maior dos sentimentos negativos. Quando a pessoa não consegue direcionar o ciúme, o amor e o ódio ficam mais distantes, gerando agressividade”, de acordo com o professor do IP-USP, Ryad Simon.
O evento Expansões em Psicoterapia Psicanalítica discutiu questões sobre as práticas da psicoterapia e da psicanálise. Ocorrido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), também foi lançado o livro Psicoterapia Psicanalítica, de Ryad. De acordo com o psicólogo, o sentimento pode ser classificado em consciente e inconsciente, sendo este último mais difícil de controlar.
A sensação predominante na pessoa que sente o ciúme é eliminar seu rival, não necessariamente matando, mas também com indiferença. Quando o psicoterapeuta ou o psicanalista se deparam com essas situações, devem sempre cogitar a existência do ciúme ter se tornado inconsciente.
“Isso pode ocorrer não só nos relacionamentos amorosos, mas também nos familiares e amigos. Algo comum é repreender o próprio ciúme, pois sabemos de suas consequências negativas, daí ele pode se tornar o ciúme inconsciente”, diz o especialista.
O sentimento pode estar se transformando em doença quando é recorrente e perturbador para um ou ambos os envolvidos. O ciúme consciente e controlado é mais transitório, específico e baseado em fatos reais, o ciúme excessivo seria uma preocupação infundada e sem contexto.
“Em pessoas mais inteligentes, o inconsciente trabalha mais para fazer o ciúme não ficar aparente acaba criando situações mais ardilosas para ‘minar’ os rivais, sem, muitas vezes, que o parceiro, amigo ou familiar perceba”, diz Ryad.