São Paulo (AUN - USP) - Walter Trinca, professor do Instituto de Psicologia da USP ressalta que pacientes que sofrem de fobia, síndrome do temor excessivo a situações, pessoas ou objetos, necessitam de tratamentos especiais diante da dor que sentem.
Na palestra, ocorrida no evento Expansões em Psicoterapia Psicanalítica, Walter falou de seu estudo sobre a fobia e o pânico a partir de uma pesquisa com pacientes mulheres do Instituto de Psicologia da USP. Na doença, a principal característica é algum distanciamento e rupturas com a própria existência. “Quem tem alguma fobia, acaba se sentindo tão esmagado pela impossibilidade de lidar com algo, que acaba aniquilando a vida, em vez de lidar com a dor. Assim, a pessoa se torna cada vez mais vulnerável”, diz Walter.
A pessoa que tem uma personalidade fóbica tem dificuldades de assumir responsabilidades. “São indivíduos que vivem uma luta para recuperar comportamentos às vezes vitais da normalidade e do cotidiano e que perderam”, de acordo com o psicólogo. Assim, muitas vezes o que foi perdido é buscado no outro, perdendo-se mais ainda o controle sobre a própria vida.
O tipo de fobia mais comum é a social, que se caracteriza a pela dificuldade excessiva de conviver coletivamente e pelo medo excessivo de se expressar em público. Ela pode ser diagnosticada em crianças e adultos e impede o desenvolvimento social, que pode se manifestar através de reações físicas. Alguns pacientes reagem instintivamente, roendo unhas, fumando descontroladamente ou até se machucando propositalmente para tentar se refugiar daquela situação.
As características da personalidade fóbica podem ser difíceis de analisar, pois se confundem com características de pessoas sem a síndrome. Para Walter, a distinção está principalmente na a angústia. “Há uma sensação de terror, de sempre eminente ameaça da morte. Essa morte sempre eminente colabora para que o sujeito se sinta cada vez menos existente”, diz Walter.