ISSN 2359-5191

15/12/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 120 - Meio Ambiente - Escola Politécnica
Empresa Brasileira é pioneira na produção de plástico a base da cana

São Paulo (AUN - USP) - Quando entram no supermercado, as pessoas se deparam com os mais variados produtos, caixas de suco, xampus, garrafas PET, tudo levado para casa em saquinhos plásticos. O que todos esse produtos tem em comum? Embalagens à base de polietileno. Um plástico feito de petróleo. Com o crescimento da busca por produtos ecologicamente corretos as empresas estão investindo em tecnologias mais limpas. É o que conta o gerente de assistência técnica e desenvolvimento de polietileno da Braskem, maior empresa brasileira do ramo da petroquímica, Marco Martinez. No dia 10, em palestra na Escola Politécnica (Poli-USP), ele apresentou um novo produto da empresa: o polietileno verde, feito a base de álcool de cana de açúcar.

A tecnologia para produção de plástico de cana é conhecida desde a criação do Pró-Álcool (iniciado em 1975). Porém, com a queda dos preços do petróleo a alternativa se mostrou muito cara. Apenas com a criação de um mercado disposto a pagar mais por um produto menos agressivo ao meio ambiente é que essa iniciativa se tornou viável.

As características e a forma de produção do polietileno verde são exatamente as mesmas do comum, feito à base de petróleo. A grande diferença está na forma de se obter a matéria prima do polietileno, o eteno. No caso do comum ele é obtido através do craqueamento do petróleo, no verde é na desidratação do álcool. Infelizmente o investimento em usinas para esse tipo de processo é muito alto, cerca de 500 milhões de reais, o que gera um produto de 30 a 50 por cento mais caro é o que afirma Marco Martinez.

O grande diferencial do produto, para atrair compradores, é a produção de gás carbônico no processo. No caso do comum, para cada quilo de plástico produzido são liberados 2,5kg de CO2, já o verde retira 2,5kg de CO2 da atmosfera. Isso quer dizer que a diferença de carbono entre os dois é de 5kg, ou seja, para cada quilo de polietileno verde produzido são retirados da atmosfera 5kg de carbono.

A primeira usina de produção desse produto em escala comercial foi inaugurada em setembro na cidade de Triunfo no Rio Grande do Sul. Ela tem a capacidade de produzir 200 mil toneladas por ano. Boa parte já está vendida. Marco explica que não se pode fazer esse tipo de investimento sem a venda antecipada do produto por um certo período de tempo.

Um produto totalmente verde é impossível, alguns componentes finais têm de ser feitos à base petróleo, o que se pode fazer é reduzi-los ao máximo. Para atestar para os clientes que isso é realmente feito, amostras de cada lote, são enviadas à certificadora americana Bert. A única capaz de autenticar que o plástico tem o mínimo de petróleo.

Os clientes sãos principalmente estrangeiros, europeus e japoneses, o preço mais elevado e a relativa falta de preocupação ambiental do mercado brasileiro são obstáculos à venda. Por aqui só a Natura e a L´Oréal irão disponibilizar embalagens com esse tipo de embalagem. Segundo Marco a receptividade foi tão boa que a empresa já planeja instalar uma outra usina, provavelmente na Bahia.

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