São Paulo (AUN - USP) - A AEP (Associação dos Engenheiros Politécnicos), em parceria com a TV USP, realizou um debate que pretende interagir tanto com o espectador do auditório quanto com o internauta, nas discussões. Quando se pensa em palestra as pessoas enxergam um ou mais especialistas, na frente, expondo suas opiniões e uma platéia ouvindo e, eventualmente, fazendo perguntas. O novo modo testado pretende fazer com que toda a platéia participe e, ainda, serve como um medidor do impacto da exposição nos conceitos da platéia.
O evento começa com uma pergunta que a platéia deve responder. Existe conflito entre emprego e sustentabilidade? A resposta deve ser dada por meio de um aparelho entregue na entrada. Ele se assemelha a uma calculadora. A resposta utilizou apenas três números. 1 Existe conflito, 2 não existe, 3 não sei. A resposta seria computada e divulgada depois. Após o fim da palestra o público responderia de novo a mesma pergunta e as respostas seriam comparadas.
O debate, propriamente dito, contou com a participação de três convidados. O diretor do departamento de sustentabilidade da rede Carrefour Paulo Pianês . O professor e diretor do núcleo de estudos sócios ambientais da FEA/USP Ricardo Abramovay. E o diretor de planejamento do Madia Mundo Markenting, Fabio Madia. Os especialistas procuraram passar o seu ponto de vista e assim dar base para que os ouvintes respondessem de novo a pergunta inicial.
Os participantes fizeram uma rápida apresentação e depois responderam perguntas do apresentador, dos internautas e do auditório. Paulo e Fábio responderam a pergunta dizendo que não existe um conflito, mas o surgimento de uma nova forma de se pensar, trabalhar, consumir, ou seja, uma revolução no modo como interagimos com o mundo, e que essas mudanças, mesmo que em pequena escala, já estão acontecendo mas ainda em velocidade muito lenta.
Ricardo foi mais cético e considera que existirá um conflito para a implantação dessa nova modalidade. Para ele, o grande causador do conflito entre emprego e sustentabilidade será o petróleo. Já é muito mais caro hoje do que era no começo do século, e não deve ficar mais barato. O problema é que a humanidade não estará pronta, no curto e médio prazo, para prescindir dessa fonte.
No início, metade dos ouvintes votaram que existia um conflito, 26,7% que não existia e 23,3% que ainda não tinham uma opinião. Após ouvir os especialistas houve uma ligeira mudança de opiniões. 48,5% ainda viam um conflito, porém o número de pessoas que não tinham essa opinião cresceu às custas dos que não sabiam, 39,4%. E 12,1% ainda estavam em dúvida sobre a resposta para essa questão.
Esse debate foi apenas o primeiro de uma série que esta sendo elaborado pela a associação de engenheiros. As pessoas podem acompanhar os debates, assim como o resultado da enquête feita pela Internet, com o mesmo tema da realizada no auditório, pelo site www.probuli.com.br