ISSN 2359-5191

15/12/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 120 - Meio Ambiente - Escola Politécnica
Estado de São Paulo planeja instalar primeira usina de incineração de lixo do Brasil

São Paulo (AUN - USP) - O Brasil enfrenta problemas cada vez maiores para descartar sua produção de resíduos sólidos, lixo. Para lidar com essas dificuldades a Secretária de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (SSE), e a EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), em parceria com o Estado da Baviera, possui um projeto de implantação de uma URE (Usina de Reciclagem e Energia) em solo nacional, que deverá produzir energia pela queima de lixo de forma limpa e eficiente. Os estudos já foram feitos e o que falta para se tornar realidade é a confirmação dos subsídios e a o fechamento de uma PPP para a construção. O projeto foi apresentado na Escola Politécnica (Poli-USP) no dia 24 de novembro que contou com a participação de especialistas alemães, empresários e representantes do governo.

Quando as pessoas jogam algo fora não fazem idéia do longo caminho que esse objeto irá percorre até o seu local de descarte, que muitas vezes não é adequado. O caso mais crítico é o da Baixada Santista, com o esgotamento dos lixões no litoral o lixo precisa ser transportado cada vez mais longe. Eles hoje sobem a serra para serem descartados em Mauá e com o esgotamento desse lugar eles precisarão ser levados ainda mais longe. O transporte desse material acarreta uma série de transtornos, que vão desde o mau cheiro e problemas de saúde até o alto custo para os cofres públicos. Além disso, mesmo em aterros sanitários o lixo contamina o ambiente e precisa ser monitorado por décadas.

A tecnologia da usina é utilizada há muitos anos na Europa e não é agressiva ao meio ambiente. Quanto às críticas, se diz que esse tipo de empreendimento prejudicaria a vida dos catadores de papel e também é prejudicial porque não estimula a reciclagem. Jean Negri, coordenador de energia da SSE responde que esse conflito não existe, pois apenas uma parte do lixo pode ser queimada, sendo necessária uma triagem rigorosa que irá retirar os materiais recicláveis, que não devem ser incinerados. Após esse momento o lixo será moído e queimado, as cinzas serão descartadas em um aterro sanitário. As novas tecnologias permitem que esse processo ocorra sem o mau cheiro ou a liberação de gases prejudiciais à saúde. Para ter uma idéia da eficiência desse processo, se todo o lixo produzido na Baixada fosse incinerada a energia gerada seria suficiente para suprir todo gasto com iluminação pública.

O maior problema desse processo é o custo final da energia, acima do oferecido no mercado. Por isso são necessários subsídios estatais. Só com o corte de impostos o valor já seria reduzido o suficiente para entrar no mercado de forma competitiva. Caso essa ajuda seja aprovada, e se consiga firma a parceria com algum grupo privado, a primeira usina piloto pode estar funcionado em três anos.

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