ISSN 2359-5191

20/12/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 123 - Educação - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Viagens durante a graduação em Arquitetura estimulam o aprendizado de estudantes
Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP mostram que atividade, que parou de ser exercida, proporcionava grande conhecimento aos alunos

São Paulo (AUN - USP) - Aprendizados em arquitetura popular, colonial e moderna: aprender tudo isso na prática por meio de viagens promovidas por estudantes da graduação foi o trabalho realizado durante pouco mais de duas décadas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. O tema é abordado na dissertação de Mestrado Arquitetura e viagens de formação pelo Brasil (1938 - 1962), do arquiteto João Clark Abreu Sodré.

O pesquisador afirma que as viagens eram feitas principalmente no momento em que a FAU se tornou autônoma e se afastou de vez da Escola Politécnica da USP - entre as décadas de 1940 e 1960. Assim, as viagens teriam a característica de moldar o curso, dando a ele uma nova indentidade e uma personalidade diferenciada, afastada da Engenharia. "Aproximações entre os campos da Arquitetura, da Antropologia e da História são decisivas na formação do arquiteto", diz.

Segundo Sodré, leituras de estudos, roteiros e a realização de viagens traziam novas visões ao estudante. "O Nordeste se mostra como uma grande preservação do patrimônio da arquitetura brasileira, e era completamente diferente da realidade de quem se via preso em uma cidade como São Paulo".

As "expedições", como eram chamadas, estudavam o contexto histórico da arquitetura, o que levava ao estudo de missões, do bucolismo e de estilos. Sodré afirma que as viagens de formação buscavam discutir pedagogicamente o deslocamento para as regiões e o contato com diferentes pessoas, como índios e quilombolas. "As viagens funcionavam como uma pesquisa de campo", explica.

O pesquisador diz que a importância das viagens era ressaltar a presença e participação do arquiteto na sociedade, sem que um fosse alheio ao outro, o que acontece frequentemente nos dias atuais. Sodré diz que a indústria do turismo continua forte, mas que o projeto de viagens com os alunos de Arquitetura da FAU simplesmente parou de existir. "Houve até estudantes da FAU que foram visitar Brasília enquanto ela estava sendo construída", diz.

O arquiteto lamenta que a atividade não seja exercida hoje, e afirma que promovê-las seria uma ótima oportunidade de complementação e enriquecimento da graduação dos estudantes da FAU. "O entusiasmo durou principalmente nos anos 50, quando houve o ápice da organização de viagens. Houve excursões não só para o Nordeste, mas também para Minas Gerais, Buenos Aires, Montevidéu e Santiago, sempre com o objetivo de mostrar que, na Arquitetura, não há como prezar apenas pela individualidade", diz o pesquisador.

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