São Paulo (AUN - USP) - O Laboratório de Imagem em 3D, pertencente à área de Radiologia do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da USP, completa dez anos em abril. Dedicado ao ensino e à pesquisa, o laboratório possibilita diversas pesquisas na área do complexo crânio-facial, utilizando tomografias computadorizadas com reconstrução das imagens em 3D.
Sendo uma referência na área, o Labi-3D foi o primeiro laboratório brasileiro a contar com tal tecnologia. Ao longo de seus dez anos, teve mais de 40 trabalhos publicados no exterior e mais de 400 citações no Web of Science, um importante portal acadêmico no âmbito científico. Foi fundado em 2001, pelo professor Marcelo Cavalcanti, em parceria com a Universidade de Iowa.
O Labi–3D dedica-se ao ensino e à pesquisa e é interdisciplinar. Cavalcanti afirma: “Nele trabalham pessoas de todos os departamentos, de outros institutos da USP e até de outras universidades, alunos de graduação, pós-graduação, estagiários, pesquisadores e alunos de iniciação científica.”
Algumas das pesquisas realizadas atualmente são: avaliação de fraturas radiculares, reabsorções periimplantares (reabsorções ósseas em torno do implante dentário), lesões endoperiodontais (envolvendo a região do canal dentário e do tecido que fixa o dente ao alvéolo), interferência de artefatos dentários metálicos e definição de protocolo para análise craniométrica em pacientes submetidos à tomografia computadorizada. No momento, tais pesquisas são projetos experimentais, não contando com pacientes, embora já tenham sido feitas pesquisas clínicas, incluindo uma parceria com o Hospital do Câncer, relacionando as imagens obtidas em laboratório com os dados estomológicos (relativos à cavidade bucal) de pacientes e realizando estudos de relato de casos.
Diferencial digital
A tomografia computadorizada, apesar de seguir os mesmos princípios da tomografia convencional, apresenta amplas vantagens em termos de qualidade e técnica. Permite avaliar estruturas anatômicas sem sobreposição de imagens e com representação volumétrica, fornecendo imagens tridimensionais sem distorção, o que aumenta a precisão. “A identificação das estruturas é muito mais fácil, para fins de diagnóstico e planejamento de tratamento”, explica Cavalcanti.
Assim, o uso de computação gráfica e de imagens tridimensionais traz uma grande contribuição em áreas como ortodontia, patologia e diagnóstico bucal.