ISSN 2359-5191

01/04/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 03 - Educação - Instituto de Física
Primeiro curso de graduação semipresencial se equipara aos tradicionais

São Paulo (AUN - USP) - Resultados comparativos entre o novo Curso Semipresencial de Licenciatura em Ciências e os tradicionais da área foram apresentados pelo coordenador-executivo, Gil da Costa Marques, em colóquio no Instituto da Física semana passada. Até agora, os dados confirmam o objetivo do curso, de obter desempenho análogo aos cursos de licenciaturas presenciais.

Depois de um mês de aulas, havia a presença de 230 dos 348 alunos. Costa Marques comparou então esse índice de 66% com o de oito outras disciplinas do Instituto de Física: os mesmos 66% (327 de 495 alunos). Nos próximos meses o professor continuará fazendo essa análise.

Entre os polos do curso, porém, foi observada uma pequena diferença. Em Piracicaba e em Ribeirão Preto, uma média de 60 alunos vai às aulas aos sábados, enquanto que na capital e em São Carlos apenas 55 o fazem.

Outros resultados, porém, só poderão ser trabalhados daqui a alguns anos. Por enquanto, podem-se usar apenas os números de conclusão de curso referentes aos presenciais de licenciatura – 44% (1.425 alunos de 3.194 vagas concluem) – e aos totais de ensino a distância – também 44% (19.073 de 43.186). Este índice pode ainda ser contemplado em face das taxas nas escolas particulares, de 35% e nas comunitárias, de 56%. A previsão do professor é de que 70% dos que ingressaram ano passado se formem.

O Curso de Licenciatura em Ciências é o primeiro na USP de graduação no modelo de ensino a distância – já existiam cursos assim de pós-graduação. É apoiado financeiramente pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), programa de expansão do ensino superior público, em parceria com a USP, Unicamp e Unesp. Foram abertas 360 vagas em quatro polos, São Paulo (Capital), São Carlos, Piracicaba e Ribeirão Preto.

O curso foi criado a partir de uma demanda por especialização de professores que o governo estadual identificou, visando formar profissionais da educação básica, com foco na educação científica. A concorrência no dia da prova em setembro era de 3,5 candidato por vaga e a idade média dos ingressantes se mostrou de 37 anos. Os sete alunos da capital que posteriormente também passaram em cursos presenciais preferiram a segunda opção. Uma terceira chamada não foi permitida, então apenas 348 alunos foram admitidos.

“O ensino a distância é uma tendência hoje na área, novas tecnologias da informação e de comunicação estão mudando os modos de ensinar e de aprender”, diz Costa Marques. De acordo com o portal do MEC, as matrículas em cursos de EaD subiram de cinco mil, em 2001, para 830 mil, no ano passado, enquanto que o presencial está se estabilizando em 5 milhões. A previsão é de que daqui a cinco anos o tipo de curso em ascensão compreenda 30% das matrículas totais no país.

O curso semipresencial emula o ensino tradicional e presencial. Permite uma mediação por tecnologia de um método de ensino em que o aluno é o protagonista, ao mesmo tempo em que não se caracteriza como EaD por compreender aulas presenciais aos sábados, para solucionar dúvidas. Existe um monitoramento diário de quem acessou o ambiente virtual, que recursos utilizou, por quanto tempo usou, entre outros. Dados importantes surgem dessa supervisão, como o fato de que os alunos são ativos em feriados como Ano Novo e Carnaval – 60% acessam diariamente - ou que 16 deles nunca tinham entrado no site dois meses depois do início das aulas.

Além de textos virtuais e livros, o aluno tem como conteúdo vídeo aulas preparadas por docentes da Universidade. Qualquer pessoa pode acessar esses vídeos, que duram de 30 a 60 minutos e abrangem oito modelos de aula. O aluno está cercado de diversos profissionais, tais como tutor online, help desk (composto por alunos da USP) e educadores. No total são 2.840 horas em quatro anos, metade na frente do computador e metade nas oito horas presenciais por semana.

Apesar de um saldo positivo com relação à implantação, infraestrutura e formação de equipe, muitos aspectos podem ainda ser corrigidos, de acordo com o andamento das aulas e com o feedback dos alunos. “Não estamos ainda com o curso perfeito, mas a vantagem de um curso a distância é constantemente ir melhorando”, assegura o coordenador.

O vídeo do colóquio está disponível em http://web.if.usp.br/pesquisa/node/285.

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