São Paulo (AUN - USP) - A Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE) oferece avaliação física sem custos aos praticantes de lutas, artes marciais e modalidades de combate. Na avaliação, o praticante deve completar uma bateria de testes físicos, recomendada pelo prestigiado Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACMS).
As avaliações físicas servem não só para ajudar os praticantes, mas também para fornecer dados para a pesquisa de mestrado de Juliano Schwartz. O estudo, em Biodinâmica do Movimento Humano é sobre a Aptidão Física, Saúde e Qualidade de Vida de praticantes de judô, jiu-jitsu, taekwondo, kung-fu e karatê.
Essas modalidades ganham cada vez mais espaço no cenário esportivo do país. O judô e o taekwondo, por serem olímpicos, são os que surtem maior interesse entre crianças ou mais velhos que desejam fazer alguma atividade física. “Principalmente o judô, que tradicionalmente traz muitas medalhas e títulos para o esporte brasileiro”, reitera Schwartz.
Os clubes e as academias de lutas, para atender ao alto número de interessados multiplicam-se e usam o discurso de que a prática de lutas, artes marciais e modalidades de combate está estreitamente ligada à melhoria na qualidade de vida. “Muita gente vende isso, de que a qualidade de vida é fruto da prática destas atividades, mas existe a necessidade de evidências mais diretas”, observa Schwartz.
“A ideia inicial era verificar, com a prática de lutas, se há ganho de qualidade de vida. Agora, a pesquisa pretende quantificar isso”, explica Schwartz. O estudo quer registrar, por meio das avaliações físicas, o quanto essas modalidades melhoram a qualidade de vida e o condicionamento físico de seus praticantes.
O funcionamento do estudo
Juliano Schwartz explica como funciona a prospecção de praticantes para a pesquisa. De acordo com o mestrando, a equipe liga para as Federações, consegue contatos de academias e marca horários com os interessados. “Já conseguimos muitos casos, apesar das dificuldades que encontramos de chegar até as pessoas. Mas, o bom é que a avaliação gratuita e o feedback rápido colaboram para motivar os voluntários a participar do nosso estudo”, conta. Nesse ritmo, a pesquisa, que foi iniciada em 2009, deve terminar ainda este ano.
A quantificação funciona por meio de comparações. Os resultados dos praticantes dessas modalidades na avaliação física são postos lado a lado aos dos não- praticantes. Para participar dos testes físicos, além de ser praticante de uma ou mais artes marciais, a pessoa precisa cumprir determinadas exigências: ser do sexo masculino, morar na capital paulista, ter entre 20 e 35 anos e estar treinando há, no mínimo, seis meses. “As exigências são, principalmente, para facilitar o estudo. Mulher, por exemplo, é um problema nesse caso, porque o corpo muda muito durante o mês”, brinca Schwartz.
“O grupo pesquisado [número de participantes] é limitado para evitar influências que nós somos incapazes de evitar. Quanto mais abrangente fosse o grupo que pudesse participar da avaliação, maior seria o número de erros”, explica o mestrando. Depois da realização dos testes físicos, a conclusão da pesquisa se dará da comparação entre os resultados dos praticantes de artes marciais e dos não-praticantes.
Fazem parte da equipe de avaliadores integrantes do grupo de estudos em lutas, artes marciais e modalidades de combate da EEFE, que conta com alunos e ex-alunos da graduação e pós-graduação da Escola e da graduação em Fisioterapia e Educação Física e do curso de Pós-Graduação em Fisiologia do Exercício da Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID), sob a supervisão do professor Emerson Franchini, orientador do projeto.
Mais informações pelo email: julianos@usp.br.