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05/05/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 21 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
FSP cria novo curso de graduação em Saúde Pública

São Paulo (AUN - USP) - A Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP) terá um novo curso de graduação em 2012: Saúde Pública. O projeto foi elaborado por um grupo de professores e pela diretora da unidade, Helena Ribeiro, e aprovado unanimemente pelo Conselho Universitário em dezembro de 2010. Os alunos do curso estudarão oito semestres no período vespertino para obterem título de bacharel. O foco será na formação de profissionais capazes de promover a saúde, realizar ações preventivas e pensar a área nos âmbitos ambiental, político e social, tratando a saúde como um fenômeno coletivo.

Segundo a diretora, o principal motivo da criação do curso foi o grande aumento da demanda por profissionais da área. Com a consolidação e o crescimento do SUS, os municípios precisaram expandir e descentralizar o sistema de saúde, tornando necessária a realização de um atendimento primário e básico. “A atuação do profissional em saúde pública não ficará restrita aos aspectos médicos, mas também será aplicada na gestão e organização dos serviços de saúde, da orientação de pessoas e do tratamento coletivo e social”, afirma Helena.

Além disso, há cerca de três anos outras universidades brasileiras vêm abrindo cursos de Saúde Pública, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade de Brasília (UnB), somando quase 20 em território nacional. Diante dessa constatação, a FSP registrou a necessidade de criar o novo curso, o primeiro da área no Estado de São Paulo. Diferentemente dos outros cursos, organizados pelas faculdades de medicina e focados nas áreas biomédica e de intervenção em doenças, o da FSP tem o intuito de formar um profissional que trabalhe e promova a saúde de forma coletiva e a trate como elemento essencial para o bem-estar da população. Soma-se a isso o fato de que, anteriormente, o estudante que quisesse ter formação em Saúde Pública precisaria realizar pós-graduação, ou até mesmo mestrado e doutorado. O novo projeto vem acelerar e encurtar esse processo e prepara melhor a pessoa para sua especialização. “A ideia é que o profissional não precisa de uma formação tão demorada. Ele pode ter conhecimentos mais gerais sobre as doenças e domínio de como tratar a saúde na coletividade”, explica a diretora.

O curso fornecerá um conhecimento das determinantes sociais e ambientais da saúde, das causas e tratamentos gerais de doenças, e de administração e organização de políticas públicas e privadas de saúde. Nesse sentido, o formado poderá atuar em vigilância sanitária, ambiental e epidemiológica, em cargos públicos e de gestão de saúde, em empresas privadas (como seguros ou convênios médicos) e na promoção e educação da saúde em grupo. Tais cargos costumam ser ocupados por médicos, enfermeiros ou biomédicos.

Por ser um projeto novo, ele poderá enfrentar alguns problemas. A diretora Helena aponta a integração interdisciplinar e a efetividade dos trabalhos de campo e de laboratório como os maiores desafios para os organizadores. Em adição a isso, ela também acredita que os docentes, acostumados com alunos e mecanismos da pós-graduação, terão certa dificuldade na relação com os estudantes mais jovens e no ritmo das aulas de graduação.

O método de ingresso em Saúde Pública será o mesmo de todos os outros cursos da USP: pela Fuvest. No dia das provas específicas, o terceiro e último da 2ª fase, os candidatos terão que responder a questões de biologia, matemática e geografia. O site do curso tem registrado um grande número de visitantes. A diretora afirma que ele será divulgado em cursinhos preparatórios para o vestibular. Ela também acredita que pessoas que já trabalham na área cheguem a tentar o curso.

Este é o segundo curso de graduação na história da FSP, desde sua fundação em 1918. Até este ano, a Faculdade só oferecia a graduação em Nutrição, implantada em 1939. O projeto de ensino em Saúde Pública havia sido idealizado em 1999, e apenas no final de 2008 um grupo de trabalho começou a organizá-lo e pensá-lo de forma efetiva. A demora pela criação deveu-se à necessidade de um amadurecimento da ideia e à falta de grande apoio de órgãos públicos, autoridades e especialistas, que surgiu apenas em 2009, com manifestações favoráveis ao curso vindas da Faculdade de Medicina da USP, da Secretaria de Saúde e do consagrado médico, Adib Jatene, ex-Ministro da Saúde.

A diretora garantiu que a FSP não teve e nem terá de utilizar nenhum recurso financeiro, estrutural ou pessoal a mais para a implementação do curso. De acordo com a professora, a iniciativa utilizará salas e professores que já faziam parte da unidade, sem a necessidade de qualquer aquisição material ou pessoal. Com algumas disciplinas partilhadas com os estudantes de nutrição, os alunos de saúde pública terão sete eixos de aprendizado: Ciências da Vida, Ciências Humanas e Sociais, Epidemiologia, Estatística e Sistemas de Informação em Saúde, Políticas Públicas, Planejamento e Gestão em Saúde Pública, Meio Ambiente e Saúde Pública, Atividades Integradas e Estágio Curricular.

Apesar do novo curso, a pós-graduação em Saúde Pública, criada em 1928, continuará aberta, com maior foco na interdisciplinaridade.

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