ISSN 2359-5191

17/05/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 28 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Física
Pesquisador francês de renome internacional dá palestra no IF

São Paulo (AUN - USP) - No dia 7 de abril o Instituto de Física da USP (IF) recebeu a visita do Professor Serge Haroche, da Ècole Normale Supérieure de Paris e do Collège de France. Haroche é um físico reconhecido internacionalmente nas áreas de ótica quântica, física atômica e informação quântica, além de ser um dos pioneiros na área experimental de eletrodinâmica quântica em cavidades, tema de sua palestra entitulada Exploring the quantum nature of light in a cavity.

Durante seu discurso, que foi feito em inglês, o professor passou à platéia detalhes de como eram feitas as pesquisas em seu laboratório, localizado em Paris, França. Sua fala explicou detalhes de sua pesquisa sobre eletrodinâmica quântica em cavidades, em que se busca estudar a interação entre luz e matéria no seu nível mais fundamental: um único átomo interagindo com um único fóton. A ideia é isolar um fóton sem destruí-lo, isso porque esses carregam quase toda a informação do universo, já que existem desde os primórdios dos tempos. Em entrevista, Haroche disse que o motivo de realizar esse tipo de estudos é a curiosidade de “tentar entender melhor o mundo”.

Quanto aos impactos que seus estudos poderiam ter, o professor disse que é difícil prever o que se pode aprender e, consequentemente, o que se pode fazer com esse novo conhecimento.

A imprevisibilidade é ainda mais acentuada quando se trata de pesquisas tão fundamentais. Mesmo assim, o professor exemplificou utilizações da física quântica em nossa vida: “Com seus avanços [da física quântica] podemos construir instrumentos de medidas ainda mais precisos, como os relógios atômicos, que possibilitam o sistema GPS”.

Haroche deu destaque também à imprevisibilidade das pesquisas e disse que, embora, às vezes, os cientistas pensem que estão uma direção, acabam surpreendidos com algo novo e “é nesse momento que você aprende algo”.

Sobre o futuro de suas pesquisas o professor disse que sua equipe está tentando aperfeiçoar o sistema de modo que ele seja auto-corrigível e, assim, tenham resultados mais precisos. “Uma vez que esse objetivo seja alcançado, temos a expectativa de ver um determinado resultado. Contudo, às vezes, somos surpreendidos”.

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