São Paulo (AUN - USP) - No mês de abril, surgiu um novo grupo de pesquisas na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de USP (FEA-USP), o Cors (Center for Organization Studies, ou Centro de Estudos sobre Organização). O núcleo, que é presidido pela professora do Departamento de Administração, Maria Sylvia Saes, dedica-se a estudar a estrutura das organizações: "Procuramos entender porque determinadas firmas tomam ou não certas decisões, e também qual é a lógica delas: procura-se reduzir custos, aumentar eficiência ou poder de barganha, por exemplo".

Apesar de ser um grupo novo, o Cors tem sua origem no Pensa (Centro de Conhecimentos em Agronegócios), que existe desde os anos 90. "O Pensa tem um histórico muito bem sucedido, e várias parcerias com universidades estrangeiras", conta Sylvia, em entrevista à AUN. Porém, muitos dos pesquisadores que nele estavam sentiam a necessidade de criar outro grupo, dedicado ao estudo das organizações, não necessariamente ligados ao agronegócio. "Não existe porque trabalhar apenas a cadeia produtiva agroindustrial se o nosso aporte teórico é relacionado ao estudo de cadeias produtivas como um todo". Mas muitas das atividades desenvolvidas nas linhas de pesquisa do Cors têm relação com a agricultura. "Está no nosso sangue", explica a professora.

É a partir das ligações criadas pelo Pensa, porém, que muitas das conexões que o Cors tem nasceram. O recém-fundado grupo, apesar de ser sediado na FEA, também conta com ativa participação de professores da Escola Politécnica e da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA). "O grupo foi criando uma rede enorme de relacionamentos, a partir de seus alunos, que não necessariamente são da FEA. Mas há um sentido em juntar essas pessoas: foi o aporte teórico que nos uniu". Ela ainda acrescenta que é muito interessante lidar com pessoas de diferentes áreas, até porque o foco do grupo é multidisciplinar.

Três são as linhas de pesquisa do grupo: uma delas lida com a abordagem teórica, outra empírica e uma terceira de caráter normativo. Segundo a professora, “a teoria vai criar uma forma de entendermos a realidade, enquanto a área empírica vai testar essa teoria – por culpa do passado do grupo, bastante focado na área de agricultura”. Já a área normativa lida com a sugestão de políticas públicas e privadas, como demandas por sustentabilidade, aumento de renda e produção, por exemplo.

As atividades do grupo baseiam-se não só em orientações de mestrado e doutorado, como também em minicursos e seminários. Os primeiros contam com a visita de professores externos à FEA, sejam eles estrangeiros ou não, que ministram aulas de duração curta – de uma tarde a uma semana. No mês de abril, logo após a fundação do grupo, ocorreu a visita do professor Peter Klein, da Universidade de Missouri para um curso desse gênero. Já os seminários contam com leituras – ao vivo ou por videoconferência – oficinas, cujo foco é para alunos da pós-graduação e observatórios, nos quais pessoas do meio empresarial vem expor suas opiniões e vivências aos alunos. No próximo dia 20, às 11h ocorrerá uma oficina do grupo, sob o tema Estruturas de Governança e Capacidade de Inovação das Firmas, com a participação de Gabriela Jardim, da FEA-USP.