ISSN 2359-5191

11/09/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 15 - Meio Ambiente - Instituto de Biociências
Lixo vira exemplo de ação social

São Paulo (AUN - USP) - A educação ambiental não basta para que o biólogo preste seu exemplo à comunidade. Pelo menos, é assim que pensa Flávio Berchez, professor de Botânica e vice-presidente da Comissão de Cultura e Extensão do Instituto de Biociências (IB). Para ele, “o discurso do biólogo é falho, pois ele não cumpre o que diz”. Flávio acredita que a ausência do exemplo do biólogo já é em si deseducativa. “Em relação ao meio ambiente, não basta o biólogo saber e ensinar como agir, ele próprio tem que agir também, pois tem que ser o exemplo a ser seguido”, afirma.

O tema foi amplamente debatido em mesa-redonda realizada recentemente no IB, onde foram apresentadas propostas de solução para o problema e apontados exemplos de ação social, como a coleta seletiva de lixo, implantada na unidade em junho de 2003 e que, a partir de proposta elaborada durante a mesa-redonda, deverá se tornar parte da Comissão de Segurança e Qualidade de Vida do Instituto de Biologia, que integra projetos semelhantes, entre eles o USP Recicla.

O projeto, concebido em fevereiro deste ano pela aluna de graduação Mayra Santaella, que também participou como palestrante na mesa-redonda, tem como objetivo incentivar a ação dos futuros biólogos em relação à preservação do meio ambiente, começando de própria faculdade. A iniciativa de Mayra e dos outros alunos envolvidos com a coleta demonstra na prática como as atitudes do biólogo influenciam e legitimam seu discurso de defesa à natureza.

A idéia de reformar a estrutura da coleta seletiva do lixo no IB surgiu no início de 2003, quando a aluna Mayra Santaella, do quarto ano de graduação, percebeu a imagem negativa que uma faculdade de Biologia passa ao negligenciar os cuidados com seu lixo. Ela se juntou a Tatiana Trevisan e Fernando Miyazawa para começar a escrever um projeto. “Eu nunca pensei que essa idéia ia realmente sair do papel”, afirma Mayra, “quando conversava com as pessoas e pergunta a opinião delas sobre o projeto, todo mundo achava que ia ser muito bom, mas ninguém acreditava que fosse ser aceito”.

Em fevereiro, levantando informações para o projeto, os alunos observaram que os problemas com a estrutura de coleta já existente no Instituto não eram só culpa da falta de participação de alunos, professores e funcionários. A disposição das lixeiras também dificultava o direcionamento correto dos vários tipos de lixo. Em alguns locais, não havia lixeiras separadas para plástico, papel, vidro e metal e, ao invés de percorrerem um longo caminho até encontrar a lixeira certa para seu lixo, muitas pessoas optavam por jogá-lo em qualquer lixeira. Outro problema era a falta de cobertura sobre as lixeiras e, quando chovia, a água danificava os sacos de lixo e dificultava o transporte deles.

Para que, além da reforma das estruturas e lixeiras, houvesse também a reeducação dos usuários, foram realizadas duas palestras, em horários diferentes, para professores e funcionários se informarem sobre a correta utilização das lixeiras. Já para os alunos, houveram atividades relacionadas ao tema no dia de implantação das novas lixeiras, em junho, durante a Semana do Meio Ambiente.

Até agora, Mayra afirma que o projeto vem sendo bem sucedido. “Estamos fazendo o acompanhamento da seleção e a contagem do lixo recolhido, e a participação de todos vem sendo bastante animadora”.

O próximo passo do programa será a implantação das lixeiras marrons, destinadas exclusivamente ao lixo orgânico. Visite o site www.ib.usp.br/coletaseletiva para obter mais informações.

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