ISSN 2359-5191

11/09/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 15 - Educação - Faculdade de Medicina
Telemedicina encurta as distâncias entre médico, paciente e aluno

São Paulo (AUN - USP) - A Telemedicina, disciplina optativa dos alunos de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em São Paulo, possibilita a criação de condições de atendimento, aulas, conferências e muito mais via internet. O projeto, sob tutela dos professores Shao Lung Wen e György Miklós Böhm, começou graças ao investimento de R$380 mil do Ministério da Saúde e interliga diversas faculdades do Estado de São Paulo e Paraná à USP e vários centros de atendimento na cidade de São Paulo, permitindo que informações médicas circulem mais rapidamente e decisões sejam tomadas com maior precisão.

A Divisão de Reabilitação Médica, setor que trata o day-after do paciente, isto é, procura a melhor forma de tratamento para o paciente que já sofreu lesão, existe a teleassistência. “Isso é importante, pois o desabilitado tem, geralmente, graves problemas de locomoção”, justifica Miklós. Na semana passada foi inaugurado o Marisol – posto médico de reabilitação de pessoas localizado em Campo Limpo -, que está em conexão direta com o posto médico de reabilitação da rua Vergueiro. “O Marisol consulta o posto da Vergueiro para saber que procedimentos tomar, e essa mediação entre o médico e o paciente é de responsabilidade da disciplina de Telemedicina”, explica Böhm, que também é presidente do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (CBTms).

Tecnologia que visa transportar a medicina entre o médico e o paciente, a Telemedicina congrega educação e prática médica. Exemplo disso são as discussões anátomo-clínicas à distância e em tempo real entre a USP e universidades de outros estados, que acontecem todas as quartas-feiras. “Essa é a ferramenta educacional mais completa para um estudante de medicina, pois pode-se discutir tudo a respeito da pessoa que já faleceu: desde sua parte anatômica e sua doença até a autópsia. Como a USP dispõe de autópsia e muitas outras faculdades não, a telemedicina é usada para que professores e alunos que não teriam contato com essa prática também possam aprender ou aprofundar seus conhecimentos”, argumenta Böhm.

Na dermatologia, o projeto de Telemedicina foi ainda mais longe. Montou-se um sistema que ensina leigos a diagnosticar e diferenciar lesões malígnas de benígnas. Mais de 300 mil pessoas, entre cabeleireiros, massagistas, esteticistas e profissionais de outras áreas estão sendo treinados a diferenciar lesões de pele por esse sistema de ensino à distância. “Esses profissionais vêem partes do corpo que as próprias pessoas diagnosticadas não vêem, como por exemplo, atrás da orelha. É só agregar essa habilidade à profissão deles que eles passam a ser uma espécie de soldados voluntários da saúde, no caso, da pele”, exclama o presidente do CBTms. Segundo uma dissertação de Mestrado da própria Telemedicina, é possível, à distância, treinar uma pessoa em melanoma em apenas quatro horas. Mais uma vez, educação e diagnóstico estão associados.

Congressos
Entre os dias 2 e 4 de novembro, acontece em São Paulo, o I Congresso Brasileiro de Telemedicina, com programação variada. O evento está sendo organizado pelo Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde e todos os interessados poderão participar – leigos e profissionais da área médica. As discussões abordarão da Telefisiatria à Teleoftalmologia, passando pela Teledermatologia, Teleenfermagem, Telenutrição, Telemicrobiologia, Telecirurgia e muitas outras áreas da medicina. Para mais informações sobre o congresso, acesse o site www.cbtms.org.br.

O Brasil também será a sede do Congresso Mundial de Telemedicina de 2005. “Fomos contatados e, em agosto, o Brasil aceitou o convite”, comemora o húngaro György Böhm. Este ano, o evento está acontece na Noruega e, em 2004, será realizado na Austrália.

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