São Paulo (AUN - USP) - Após perdas sofridas no final de 2010 por conta de sérias infiltrações e goteiras, o Museu de Anatomia Veterinária Prof. Plínio Pinto e Silva (mantido pela Faculdade de Medicina Veterinária da USP) volta a se reerguer e se restabelece, aos poucos, como uma referência da área. A exposição possui entre 700 a 800 peças que incluem órgãos, sistemas, animais empalhados e muitas ossaturas – que formam o principal destaque da mostra.
Não existe outro museu no Brasil com tantas amostras ósseas de animais tão diversos. Há desde minúsculos passarinhos até um enorme elefante, passando por baleia, golfinho, girafa, capivara, entre muitas outras espécies. A variedade é tamanha que surge um problema: a falta de espaço. O museu já não tem meios físicos para ampliar sua exposição, segundo Maurício Cândido da Silva, especialista em museus e coordenador da mostra.
Idéias
Silva busca realizar mudanças no local a fim de aperfeiçoar a mostra e diz que antes “não era um museu. Tinha uma série de problemas”. O que foi feito até agora faz parte de uma estratégia: primeiro criou-se os alicerces, as reformas urgentes para que o acervo não se perdesse.
Agora, a idéia é fazer melhorias cada vez mais profundas, para que o Museu tenha maiores possibilidades de progressão. Para isso, está planejando uma grande reforma no prédio, crescendo verticalmente, de tal modo que possa ter mais acessibilidade, espaço físico para novas amostras, elevador especial (para transporte de peças que exigem cuidados) e até um laboratório de restauração de peças. Prevê-se também a incorporação do acervo do Museu Histórico da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP que, embora tenha em torno de 150 peças, encontra-se fechado ao público.
Após a finalização do projeto, a intenção é pedir o apoio da Lei Rouanet, de incentivo à cultura. A idéia é que o novo projeto arquitetônico seja de tal forma inteligente que dure aproximadamente 30 anos antes de uma nova reestruturação.
O que já foi feito
Dentre as melhorias realizadas até agora, destacam-se a criação de um novo site do Museu, bem como um logotipo e uma lojinha de souvenires. Tais medidas visam aumentar a visibilidade e criar uma comunicação com o público. É importante que além do público externo, o próprio público interno, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, se identifique e crie uma identidade com o Museu.
Outra medida adotada foi a implantação de uma “narrativa” para visitação do museu. Criou-se uma ordem para a mostra, um motivo de tais peças estarem em determinados lugares. Isso faz parte da Museologia, que é uma ciência e deve ser levada em conta na criação de exposições. “A USP é uma referência”, e por isso, de acordo com Silva, “é importante que tenha museus bem estruturados”, à altura do reconhecimento que a Universidade possui.
O público
Os principais visitantes do Museu são hoje alunos de ensino fundamental, médio e superior, somando cerca de 4 mil visitas por ano. É preciso “conhecer para preservar” como diz o coordenador, daí a importância do Museu de Anatomia Veterinária no contexto de preservação das espécies ameaçadas. Além disso, é sabido que pessoas que visitaram museus quando crianças desenvolvem maior poder cognitivo.
Na exposição o público é convidado a pensar no interior dos animais, a estabelecer relação entre o exterior dos animais e o interior deles, que só é visto ali na mostra. A “mesa do toque” é um dos pontos bastante apreciados pelos visitantes. Nela, há couro de cobra, casco de tartaruga marinha, pele de pingüim entre outros itens que podem ser tocados, levantados, observados por outros ângulos.
O valor do ingresso é R$ 6. Estudantes de escola privada pagam meia entrada e estudantes de escolas públicas, bem como os professores, não pagam.
Serviço
Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87, Cidade Universitária, São Paulo
Terça à sexta-feira, das 9h às 17h. Sábados das 9h às 14h (mediante pré-agendamento)
Tel.: (11) 3091-1309
Site: http://mav.fmvz.usp.br/