ISSN 2359-5191

02/06/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 39 - Sociedade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Lelé: décadas de criações arquitetônicas ainda hoje impressionantes

São Paulo (AUN - USP) - Alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e outros interessados estavam em maciça presença para a palestra realizada essa semana com um dos maiores arquitetos do Brasil: Lelé.

Nascido João Filgueiras Lima, hoje com 79 anos, Lelé conta com um currículo impecável: trabalhou com Oscar Niemeyer na construção de Brasília e da Universidade da cidade, projetou igrejas, centros de exposições, passarelas e órgãos públicos (cuja maioria está no Nordeste) e principalmente a Rede Sarah de hospitais, presente em Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro e outras cidades. Porém, o exercício da profissão nunca termina: “O trabalho começa no esboço, mas não é concluído quando a construção está pronta, porque é preciso assessorá-la sempre”.

As unidades dessa rede são destinadas ao atendimento de vítimas de politraumatismos e problemas locomotores, que tem por objetivo sua reabilitação – e para isso Lelé criou um modelo hospitalar de atendimento público que prioriza iluminação e ventilação naturais, diminuindo o uso de ar condicionado e contribuindo para melhorar as condições de assepsia dos hospitais. Também entra no projeto sua cama-maca móvel, que se movia de modo mais prático para os médicos, e assim o cômodo para os pacientes poderia diminuir de tamanho. Além disso, Lelé foi diretor do Centro de Tecnologia da Rede Sarah (CTRS), uma fábrica de prédios composta por núcleos de produção em diversos materiais e de peças especiais para hospitais, escolas, Tribunais de Contas e Tribunais Eleitorais em todo o país.

De acordo com o que ele apresentou, o cunho social de seu trabalho é observado não apenas em suas construções para o programa governamental Minha Casa, Minha Vida (que são creches e áreas verdes mais que apenas moradias) ou em seus trabalhos em saneamento básico em cidades pobres (em que se preocupa em envolver o povo na construção, treinando-o), como também em sua pesquisa sobre a pré-fabricação dos materiais utilizados. A necessidade de racionalização em Brasília despertou nele o interesse na tecnologia de industrialização da arquitetura, resultando na preferência do uso do concreto armado pelo da dupla de aço e argamassa, mais econômicos e leves. A obra de Lelé é um caso raro, não a única na direção de industrialização total da construção, porém ele resolve de uma forma muito competente as questões do conforto do usuário e o apuro construtivo .

Atualmente Lelé também é presidente do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Habitat (IBTH), com sede em Salvador e criado em 2009. O instituto atua como uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e pode trabalhar junto ao poder público. É um centro de pesquisa, desenvolvimento e laboratório de construção integrado à atividade de ensino. Entretanto, ele ainda não conseguiu montar a fábrica por motivos burocráticos, apesar do belo projeto apresentado de como será o Centro.

Para saber mais sobre a obra Rede Sarah desse grande arquiteto, acesse http://migre.me/4CyFj.

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