ISSN 2359-5191

07/06/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 42 - Economia e Política - Instituto de Relações Internacionais
Professor Wu Baiji comenta sobre diplomacia e desafios da China hoje

São Paulo (AUN - USP) - De acordo com a coordenadora do Instituto de Relações Internacionais da USP (IRI), professora Maria Hermínia Tavares de Almeida, há um crescente interesse do Brasil em relação à China. Sendo assim, para dar uma visão geral sobre os padrões econômicos de desenvolvimento, políticas locais e relações internacionais prioritárias da China, o IRI convidou o professor Wu Baiji para uma breve exposição aos alunos do Instituto. Baiji é professor de Relações Internacionais e vice-diretor do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Chinese Academy of Social Science (Cass).

Para o professor, há uma questão em desenvolvimento na China: “Como a política poderia ser transformada para o desafio do crescimento?”. A China tem hoje o segundo maior PIB do mundo, US$ 5,8 trilhões, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Todo esse crescimento econômico gera alguns desafios socais como combater o analfabetismo da população ou a pobreza.

Segundo os padrões chineses, cerca de 70 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, recebem até 1.196 iuanes por ano, o que equivale a R$ 0,85 por dia. A ONU, entretanto, considera pobres aqueles que vivem com menos de US$ 1,00 por dia, fazendo com que o índice chinês suba para 150 milhões de pessoas.

Ao comparar a China e os Estados Unidos em relação às dificuldades ou privilégios de cada país em seu processo de crescimento, Baiji salienta o fato de que “este sempre teve vizinhos fracos e amigáveis, enquanto aquele enfrenta problemas de disputas territoriais vizinhas mal resolvidas”.

A imagem que a China tem dos Estados Unidos é ambivalente. O papel de superpotência mudou, então a situação é melhor para Pequim. No entanto, o papel principal ainda está com Washington, explica o professor. Sendo assim, a China tem que continuar se comportando como antes, já que um conflito aberto com os EUA é impensável e para conseguir maiores recursos, os dois países tem que agir em colaboração. “Pequim está ansioso, mas temos que ter paciência. Não queremos pegar o lugar de ninguém”.

Em relação à economia, a China mantém fortes relações com países do norte da África e da América do Sul porque é um grande importador de petróleo, algodão e soja. O produto mais importado do Brasil são os metais de base.

Nos últimos 30 anos, é possível verificar que as relações diplomáticas da China avançaram. Baiji traz um gráfico em linha que mostra claramente o zigue-zague dos altos e baixos da diplomacia. Nesses últimos anos, porém, essa linha entra em uma curva crescente.

O professor ressalta que a China deve agir em conjunto com as outras nações, em especial as nações emergentes. “O Bric [bloco de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia e China] é o instrumento mais palpável de parceria com países em desenvolvimento”.

Para Baiji, a China é “uma grande potência que está em face de várias incertezas”. O país é, ao mesmo tempo, o problema e a solução para a assimetria estrutural da economia global e tem o objetivo de desenvolver um paradigma alternativo de boa governança para todo o mundo.

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