ISSN 2359-5191

09/06/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 44 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Ciências Biomédicas
Debate opõe criacionismo e evolucionismo

São Paulo (AUN - USP) - No mês de maio, aconteceu no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) um debate opondo criacionismo e evolucionismo, parte da disciplina Debates Atuais em Ciências Biomédicas, do Departamento de Fisiologia e Biofísica.

Os pesquisadores Marcos Eberlin, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Sandro José de Souza, do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, debateram sobre o tema, e falaram sobre a validade ou não do criacionismo como ciência.

Souza, partidário do evolucionismo, defendeu a ideia de que a teoria do design inteligente, desenvolvida por William Paley, repete o discurso do criacionismo. Paley, no seu livro Teologia Natural, utiliza o exemplo de um relógio. Se nunca tivéssemos visto um relógio antes, ao vê-lo, uma das primeiras coisas que notamos é que esse objeto tem um design, diferentemente de elementos naturais, como, por exemplo, uma pedra. O design implica na existência de um designer, um relojoeiro, que, para Paley, seria Deus. Para ele, a complexa funcionalidade do Universo exige a existência de um criador. “Design inteligente é a faceta mais moderna do criacionismo. É a religião, pura e simples”, afirmou Souza.

Já Eberlin se queixou do modo como o assunto é tratado. “A ciência que nós fazemos hoje é cega de um olho. A gente só enxerga o mundo através de forças naturais, o sobrenatural foi excluído do debate.” Segundo o professor, a complexidade irredutível de certos elementos naturais é um dos pilares que sustentam a teoria do design inteligente, e dá o exemplo do flagelo, apêndices celulares responsáveis pela locomoção. “Não é possível reduzir a complexidade do flagelo. É o motor mais eficiente conhecido nesse planeta, ele roda a 100 mil rpm (rotações por minuto).”

No entanto, Souza criticou o fato de que a teoria do design inteligente não é passível de testes. “Uma teoria científica precisa fazer predições. Ela precisa ser testável, falseável. Objetivamente, quais são as predições do design inteligente, e como que você planejaria, por exemplo, testá-las?” De acordo com ele, esse é o motivo pelo qual a teoria do design inteligente pode ser discutida, mas não no âmbito da ciência.

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